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Sim, ele mentiu

Ainda estou lendo e analisando com cuidado as revelações publicadas nesta semana pela jornalista Diane Montagna acerca da contradição entre o resultado da consulta aos bispos de 2020 sobre a implementação do Summorum Pontificum e o que o Papa Francisco divulgou desse relatório para justificar o seu infame Traditionis Custodes.

Segundo o Rorate Caeli, nem a cismática conferência episcopal alemã, no seu site de notícias, conseguiu, com linguagem eufemística, esconder a verdade:

O Papa Francisco parece ter ignorado o conselho dos bispos previamente consultados em todo o mundo ao restringir a Missa Tradicional em latim. De acordo com documentos agora divulgados, as respostas a uma pesquisa realizada pela Congregação para a Doutrina da Fé sobre a implementação das regras para a liturgia pré-conciliar estabelecidas pelo Papa Bento XVI foram significativamente mais positivas do que as apresentadas pelo próprio Papa. [ênfase adicionada]

Sim: Francisco mentiu. Ele mentiu já que optou por apresentar o relatório secreto dos bispos como causa para seu programa de limitação atual e futura extinção da Missa e dos ritos tradicionais. Em Traditionis Custodes, Francisco disse (4º parágrafo):

Neste momento, tendo considerado os desejos expressos pelo episcopado e ouvido o parecer da Congregação para a Doutrina da Fé…

Mas isso não foi verdade. Ele NÃO considerou os desejos expressos pelo episcopado. Ele considerou seus próprios desejos ideológicos.

Como disse o Rorate Caeli: “tanta dor, tanta perseguição, tantos abusos movidos simplesmente pelos caprichos de uma alma perturbada”.

Ainda sobre esse absurdo, faço minhas as palavras do presidente do Confraria D. Vital, o advogado Jefferson Andrade, que publicou o seguinte no seu FB:

A tirania é o abuso da autoridade concedida por Deus. Esse abuso pode se manifestar de forma material — por meio de prisões arbitrárias, fome, supressão do direito natural à propriedade e outras formas típicas de regimes totalitários no campo temporal. Contudo, é ainda mais grave quando a tirania emana do poder espiritual. Trata-se de uma forma de abuso clerical que impede ou limita os fiéis no acesso à Graça, ou que proíbe ritos e elementos próprios da liturgia religiosa. Esse tipo de abuso é comum no âmbito da Teologia da Libertação.

Recentemente, diversos jornais e canais denunciaram a fraude na consulta feita aos bispos sobre a experiência da Tradição, decorrente do documento Summorum Pontificum, de Bento XVI. A jornalista Diane Montagna trouxe a matéria que em pouco tempo repercutiu. O Papa Francisco, sem justificativa clara, determinou que fosse realizada uma pesquisa sobre os efeitos diocesanos do referido documento. A fraude se deu nos resultados da consulta, que teriam indicado reprovação por parte do episcopado; no entanto, a realidade demonstrava bons frutos, além de não recomendar qualquer limitação ou revogação.

Diante da fraude e de sua tentativa de ocultamento, o Papa Francisco publicou um documento tirânico: Traditionis Custodes. Esse texto buscou, na prática, “matar de inanição espiritual” os fiéis ligados à Missa Tridentina. Diante dessa trágica e lamentável realidade, não restará alternativa ao Papa Leão XIV senão anular ex officio esse documento, cuja base foi a mentira e o abuso clerical.

O pior de tudo é que mesmo após tudo isso vir a lume, os neoconservadores brasileiros, atualmente engajados numa cruzada contra o CDB, não aprenderão nada. Jamais vão se perguntar se a caída do CDB nas mãos da FSSPX não é o resultado da tirania francisquista…

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