O Prof. Antonio Caponnetto é professor da Universidad Nacional de Buenos Aires e autor de inúmeros livros publicados em espanhol. Quando jovem, presenciou ao vivo o martírio de Bruno Genta no dia de Cristo Rei por uma guerrilha marxista. Nesta aula magna (em espanhol), o Prof. Caponnetto disserta sobre o tema de um dos seus mais importantes livros “El deber cristiano de la lucha”.
Categoria: Crise
Legalismo e desorientação
Os irmãos católicos estão desorientados pelo legalismo em todos os lados.
O radtrad diz que o fiel não pode ir ao rito novo.
O continuísta diz que o fiel não pode ir à missa antiga, ou que se é obrigado a assistir uma celebração sacrílega se necessário para cumprir o preceito.
Jesus sabia que o Templo construído por mãos humanas estava se corrompendo, mas seguia o frequentando, nunca quis deixar de estar presente neste lugar; mas não tinha parte com os vendilhões do átrio.
E, fora dos muros, a realidade da Cruz pôde ser contemplada em toda sua dramaticidade, convidando aos que não tivessem medo dos judeus que tinham como rei a César.
– Joathas Bello
Quantos ritos romanos?
A revolução pós-conciliar nos seminários
Seria interessantíssimo se um vídeo como esse fosse feito com o testemunho de alguém que viveu essa revolução com as particularidades próprias de nosso país (TL/D. Hélder, relação da Igreja com o regime militar, falta de circulação de informações, o paradigma “Campos-TFP-D. Sigaud”, etc.).
Apresento aos leitores uma das análises mais criativas que já vi sobre o a perseguição ao patrimônio da Igreja, concretizado no rito romano tradicional, que foi iniciada pelo “Papa” Francisco:
No mês de agosto deste ano, o confrade Joathas Bello publicou no Facebook uma série de postagens dando seu testemunho pessoal sobre como passou a enxergar e, depois, a lidar como chamado “problema Conciliar”. Considero que testemunhos pessoais, embora não substituam uma análise científica, são muitas vezes esclarecedores para o entendimento de um problema; assim, com autorização expressa do autor, compilei as referidas postagens no texto que segue abaixo.
Parte 1
Nunca pude duvidar da eficácia dos sacramentos da reforma litúrgica, porque, por exemplo, logo após minha Confirmação (1991), passei a viver de modo incomum o compromisso apostólico, a fidelidade aos mandamentos e a devoção espiritual, o que só poderia ser obra da Graça.
Anos se passaram, até que, em 2005, tomei conhecimento da controvérsia conciliar através da internet.
Como eu participava de uma nova comunidade conservadora, que se considerava “filha do Concílio”, e acentuava a vocação à santidade, o apostolado dos leigos, a piedade filial mariana, a Missa como Sacrifício do Calvário, e como essa comunidade fazia um apostolado frutuoso, eu não podia desconfiar dos problemas do CVII.
Eles não surgem à consciência num âmbito que vive a nova liturgia com decoro, que preza a oração, a coerência entre fé e vida, o apostolado, e que dá por suposta a “continuidade” [ignorando a crítica tradicionalista e o horizonte pré-conciliar].
Dito de outro modo: quando são “recepcionadas” as partes tradicionais do CVII ou quando ele é lido ingenuamente “à luz da Tradição” pelo senso sobrenatural da Fé, num ambiente tendente à ortodoxia, *o CVII não prejudica a Fé dos batizados*.
E nisto consiste fundamentalmente a *indefectibilidade real da Igreja* quanto ao tópico: num tal contexto de Fé, aquilo que é ambíguo, precário, novidade injustificada, mas que não é um erro frontal contra os artigos do Credo e os mandamentos, *não serve, por si mesmo, de pedra de tropeço* [sequer estas qualidades gramaticais ou lógicas negativas serão visualizadas]; será lido, em princípio, de modo católico [vide as primeiras impressões dos tradicionalistas D. Castro Mayer, Dietrich Von Hildebrand e Gustavo Corção], exceto por aqueles que de qualquer modo cairiam e aproveitaram ou tiveram a ocasião para manifestar o que já havia no coração.
Isto é um aspecto da questão.

E agora neocon?
Quando os “fracisquistas” pesaram a mão além da conta sobre os arautos, eu fiquei em silêncio; eu não era arauto.
Quando eles expulsaram os pró-vida da Pontifícia Academia para a Vida, eu fiquei em silêncio; eu não era um de seus membros.
Quando eles destruíram os Franciscanos da Imaculada, eu não disse nada; eu não era um franciscano.
Quando eles resolveram negar a existência dos tradicionalistas, eu fiquei em silêncio; eu não era um tradicionalista.
Quando eles vieram me buscar, já não havia ninguém que pudesse protestar.
O novo Motu Proprio do Papa deveria servir para os necons da Opus Dei e entidades assemelhadas pensarem sobre o tipo de silêncio boiola que durante anos e anos vem caracterizando seu existir… mas não dá para negar a própria natureza.