Sinais de que a pessoa é escrupulosa
1) Medo de estar cometendo pecados ao fazer coisas que mesmo pessoas devotas não consideram uma ofensa a Deus.
2) Freqüentemente mudar a opinião por razões triviais (ou por nenhuma razão) sobre se algo é pecaminoso ou não.
3) Medo constante ou ansiedade sobre o pecado, sem que se consiga descobrir uma razão exata de tal temor.
4) Medo constante sobre as próprias confissões, mesmo quando um sacerdote plenamente ortodoxo diga que não há nada de errado com elas.
5) Teimar com o padre (ortodoxo) na confissão (pensando que você está certo sobre algo ser pecaminoso e ele errado). Isso leva à busca de diferentes sacerdotes sem que se ouça, realmente, os conselhos e instruções deles.
6) Perguntar repetidamente se um ato é pecaminoso ou não, mesmo o padre já tendo respondido essa pergunta várias vezes.
7) Confessar repetidamente (“só para garantir”) coisas que o padre já explicou como não sendo contrárias à Lei Divina.
Alguns conselhos
1) Considere a escrupulosidade uma doença de que você deve se livrar com a ajuda do diretor espiritual.
2) Peça a Deus auxílio para se livrar dos escrúpulos. Faça uma prece nessa intenção diariamente.
3) Odeie os escrúpulos e atue contra eles. Não alimente pensamentos sobre o que lhe dá escrúpulos.
4) Veja Deus como Bem Supremo e Pai Amoroso.
5) Ofereça as atividades diárias pelo seu avanço em direção à vontade de Deus.
6) Nas preces diárias, agradeça a Deus por todas as coisas maravilhosas que Ele lhe deu: família, amigos, bênçãos temporais, etc. Agradeça a Ele por ser capaz de ir à Missa e receber a Comunhão. Agradeça a Ele por poder se confessar, já que esta é a maneira pela qual Ele nos mostra sua misericórdia e amor.
7) Evite a ociosidade. Quando estiver só faça algo para se distrair e ocupar a mente.
8) Deixe o padre se preocupar com você (afinal, ele foi ordenado para isso).
9) Lembre-se que só com paciência e oração a escrupolisade pode ser vencida.
10) Memorize as seguintes regras:
a. Eu devo odiar meus escrúpulos.
b. Eu posso fazer tudo que as pessoas devotas fazem.
c. Eu não cometi nenhum pecado mortal a não ser que não haja dúvida que ele foi mortal mesmo.
d. Eu só sou obrigado a confessar o que é pecado mortal.
e. Devo aceitar essas regras e seguir os conselhos do sacerdote.
Indo à Confissão
1) Examine sua consciência por não mais que cinco ou dez minutos.
2) Diga ao padre que você é escrupuloso.
3) Não mencione pecados passados, a não ser que você tenha certeza que ele foi mortal e não foi confessado antes.
4) Sempre confie no padre (mas é evidente que nos tempos atuais isso depende de se ter escolhido antes um sacerdote ortodoxo).
5) Nunca confesse um pecado duvidoso (pergunte ao padre se foi pecado ou não).
6) Se o sacerdote lhe diz que algo que você pensou, disse ou fez não é pecado, acredite e não se preocupe mais.
7) Confesse apenas as espécies e o número dos pecados mortais. Se você não sabe o numero exato, dê um aproximado.
8) Se não há pecados mortais a serem confessados, fale apenas sobre um ou dois tipos de pecados veniais cometidos.
9) Aceite o julgamento do padre sobre algo ser ou não pecado.
10) Faça o que o sacerdote recomendar.
Indo à Comunhão
1) Apenas a dúvida sobre ter cometido ou não um pecado mortal não deve lhe afastar da Santa Comunhão.
2) A menos que você tenha certeza de ter cometido um pecado mortal, faça um ato de contrição e comungue.
Finalmente
Deus é infinitamente bom e misericordioso, Ele quer que você Lhe faça companhia no Paraíso. Com a ajuda Dele a escrupolosidade será vencida.
Vá em paz.
24 respostas em “Combatendo os escrúpulos”
“1) Apenas a dúvida sobre ter cometido ou não um pecado mortal não deve lhe afastar da Santa Comunhão.
2) A menos que você tenha certeza de ter cometido um pecado mortal, faça um Ato de Contrição e comungue.”
Tendo cometido pecado mortal, o correto a se fazer é procurar um sacerdote e se confessar.
Não se deve receber Nosso Senhor sacramentado tendo a plena consciência de ter cometido pecado mortal, a plena consciência.
Para ser pecado mortal se faz necessário ter essas três características ( Catecismo da Igreja Católica ):
“§1857 – Para que um pecado seja mortal requerem-se três condições ao mesmo tempo: “É pecado mortal todo pecado que tem como objeto uma matéria grave, e que é cometido com plena consciência e deliberadamente.”
Agora aqui vai uma observação pessoal, eu aconselho firmemente que todo e qualquer católico tenha o catecismo da igreja católica em sua casa, é de grande ajuda!
Se você supõe que os pontos 1 e 2 destacados são contrários à noção de que ao se cometar um pecado mortal a pessoa deve se confessar e não deve comungar, sugiro que os leia de novo, pois parece que não os entendeu.
Muito bom o post, me ajudou muito.
Eu mudo muito de opinião sobre a gravidade do pecado que cometo, fico horas debruçando sobre ele pra saber se foi mortal ou venial, às vezes acho q não foi nem um nem outro e acabo nem confessando. Mas quando vou fazer um exame de consciência para uma nova confissão, já mudo de opinião e acho q ele foi mortal. Geralmente isso se dá com os pecados cometidos antes da minha conversão.
Agora eu pergunto: Se deixei de confessar um pecado por achar q ele não era mortal mas depois o confesso como se fosse, a minha confissão anterior foi inválida?
Victor, eu acho que você está confundindo a matéria do pecado, isto é, a ação (lato sensu) contra um dos mandamentos, com o pecado em si (que além da matéria tem dois elementos subjetivos, o querer e o saber). Nem toda ação contra um dos mandamentos que é pecado mortal numa situação será pecado mortal em outra, e vice-versa, de modo que não dá para responder sua pergunta sem saber o caso concreto.
Thiago, eu sou bastante ignorante até na catequese básica e por isso tenho dificuldades de me expressar. Eu só leio o blog mas resolvi comentar neste post já que ele também serve para os simples. Bom, vou tentar explicar melhor:
Por exemplo, faço o exame de consciência e analiso minhas refeições, não acho que cometi a gula e acabo não acusando nada na confissão. Passa um tempo e vou confessar novamente e me vem à cabeça que eu exagerei naquelas refeições e agora deveria confessar como se fosse um pecado mortal. Ou seja, sobre a mesma conduta, penso não ter cometido pecado algum e depois acho que tive intenção de pecar mortalmente. É meio confuso mas acontece em diversas situações.
Por isso fiz aquela pergunta, até meio que fugindo do assunto, porque estou com dúvida sobre a validade das minhas confissões já que estou aprendendo a me confessar confessando, e meus exames de consciência talvez não foram feitos corretamente, não sei se devo fazer uma nova confissão geral.
Seu caso é bem clássico. Não se preocupe, nessas condições suas confissões foram válidas sim (só seriam inválidas se você tivesse escondido algum pecado que entendesse como tal).
Valeu Thiago!!!
Exponha suas dúvidas ao seu confessor e obedeça-o.
Vou dar um caso concreto que eu já pratiquei.
No caso de, por exemplo, imprudentemente realizar uma pesquisa indecente na internet (não indecente como uma pornografia explícita, mas algo dito sensual) e, após alguns instantes detido na imagem, tomar consciência do erro e recusá-lo. Isso caracteriza um pecado ou uma tentação?
Pecado, mas não porque você ficou detido na imagem, mas por procurá-la.
E seria mortal ou venial?
Não sei; isso só quem pode dizer é você. A matéria, por ser contra o VI mandamento, é grave, mas isso não basta para caracterizar um pecado mortal. Como você parece não ter se atentado que o simples ato de buscar as tais imagens já seria um ato plenamente contrário ao mandamento citado, meu palpite é que foi venial. Tire a dúvida com seu confessor.
Muito obrigado, Thiago. Foi muito esclarecedor. Vou tirar a dúvida com o sacerdote confessor e estudar mais acerca do pecado mortal.
Deus lhe abençoe.
Os escrúpulos resolveram aparecer em minha alma recentemente e vêm me torturando, infelizmente. Gostei muito do texto e me ajudou em certo ponto. Entretanto não é da noite pro dia que esse meu problema sumirá, reconheço. Portanto, se possível, gostaria de saber acerca da possibilidade de uma confissão ser invalidada por uma frase genérica, por exemplo: substituir “pecado contra a castidade sozinho (masturbação)” por apenas “pecado contra a castidade”. Desde já agradeço.
Sim, isso invalida a Confissão. O sacerdote tem de saber as circunstâncias do seu pecado e a maneira como você transgrediu a lei de Deus para dosar a penitência.
No post eu vi que está escrito que se caso eu cometer um pecado mortal, devo fazer uma contrição e posso voltar a comungar, mas o correto é confessar antes de comungar. Não sei se li direito, talvez eu tenha entendido errado
Sim, entendeu errado. A Igreja exige a confissão antes da Comunhão, mesmo que você tenha feito um ato de contrição perfeita; isso ocorre para haver mais segurança objetiva e, desse modo, se evitar um possível sacrilégio.
“c. Eu não cometi nenhum pecado mortal a não ser que não haja dúvida que ele foi mortal mesmo.”
Olá! Salve Maria!
Thiago, estou tendo grande dificuldade para discernir se uma coisa foi ou não pecado e os confessores de minha cidade não são dos ortodoxos, infelizmente. Confirmando a frase citada acima, não tenho a obrigação de confessá-lo? Mal lembro do ocorrido e isso está me tirando a paz. Agradeço se puder me ajudar.
Na dúvida, confesse, Julia. Você pode confessar pecados veniais também, contanto que do rol de pecados confessados exista pelo menos um que seja mortal.
Contudo, você também não precisa ser tão insegura assim, pois, a não ser que se trate de algo muito incomum, você mesma pode discernir se está diante de um caso de pecado mortal com a simples aplicação dos três elementos necessários para que ele exista. O exame de consciência serve para isso.
Thiago, trata-se de uma possível ocasião de pecado. Já examinei a consciência, mas fiquei em dúvida se em algum momento consenti em algo de alguma forma. Mas agradeço sua atenção e retorno!
O texto diz que se deve confessar apenas espécie e número de pecados mortais. Então eu pergunto: existe alguma lista ou livro que mencione todas as espécies de pecados mortais?
“Espécie” quer dizer contra qual mandamento um determinado pecado vai; pare de procurar listas, use os princípios para fazer um bom exame de consciência.
Esse conceito de “espécie” é muito vago, e um pecado pode violar mais de um mandamento, de acordo com as circunstâncias (que também são sempre referidas de uma forma vaga). Além disso os tratados de teologia moral apresentam uma série de minuciosidades para a confissão, enquanto os exames de consciência apenas mencionam os pecados de uma forma genérica. No exame de consciência cita que se deve confessar: “blasfemei contra Deus”, enquanto no tratado de teologia diz que existem três espécies de blasfêmia que devem ser especificadas na confissão. Um padre diz que basta confessar “tive pensamentos impuros”, outro diz que deve especificar com que tipo de pessoa foram esses pensamentos. É por isso que existem tantos escrupulosos e é por isso que vejo tanta divergência de critério entre os padres sobre o que é suficiente para uma confissão ser considerada bem feita ou não. Peço a Deus que me ilumine para confessar bem, é difícil não ser atormentado com escrúpulos. Que Deus abençoe sua vida e tenha uma feliz Páscoa.
Você só deve confessar os pecados e as circunstâncias que os transformam em mais graves, ou que servem para a diminuição da culpabilidade; o resto é lero-lero. E mais, se você está seguindo a orientação de um padre, a não ser que seja em algo muito claro, qualquer erro é imputado e ele, não a você.