Para o homem de fé, as linhas-mestras da História são traçadas segundo critério claro e luminoso: o que foi feito da Igreja Católica e da Civilização Cristã no curso deste milênio, deste século, deste ano? O que será de uma e de outra no porvir?
E, no plano temporal, análogas interrogações se apresentam consecutivamente ao espírito: o que foi feito do Brasil, nesta metade de milênio inaugurada pela chegada à nossa terra das naus da Ordem de Cristo, comandadas por Pedro Álvares Cabral? Do nosso grande e querido Brasil, envolto hoje em nebulosa mescla de caos e de confusão, de progresso e de carência?
Quer na sublime noite de Natal, quer na noite da passagem do ano, carregada de apreensões e de esperanças, depositemos todos os nossos anseios aos pés do Menino-Deus, que sorri misericordioso sob os olhares enlevados de Maria e José. E Lhes supliquemos que os dias vindouros conheçam, pela graça de Deus, regenerações transfiguradoras e, assim, a moralidade geral, hoje em catastrófica decadência, se reerga ao suave e vitorioso bafejo da fé.
Que a Santa Igreja se desvencilhe por fim da crise dramática em que vive nestes dias de confusão e de angustia, e que seja reconhecida por todos os povos com a única Igreja verdadeira do único Deus verdadeiro, como inspiradora e Mãe de todo bem espiritual e temporal. E que, abrindo cada homem a Ela o seu coração, Ela ilumine com esplendor solar todos os indivíduos, as famílias, as instituições e as nações.
– Plínio Corrêa de Oliveira (trecho da última mensagem de 1994)