Salve, nobre Padroeira Do Povo, teu protegido, Entre todos escolhido, Para povo do Senhor. Ó glória da nossa terra, Que tens salvado mil vezes, Enquanto houver Portugueses, Tu serás o seu amor. Com tua graça e beleza Um jardim não ornas só, Linda flor de Jericó, De Portugal és a Flor! Flor de suave perfume, Para toda a Lusa gente, Entre nós, em cada crente Tens esmerado cultor. Acode-nos, Mãe piedosa, Nestes dias desgraçados, Em que vivemos lançados No pranto, no dissabor. Lobos famintos, raivosos O teu rebanho atassalham, As ovelhas se tresmalham, Surdas à voz do pastor. Da fé a lâmpada santa, Que tão viva outrora ardia, Se teu zelo a não vigia, Perde o restante fulgor. Ai! da Lusa sociedade, Se o sol do mundo moral Se apaga... Ó noite fatal! Ó noite de negro horror! És a nossa Padroeira, Não largues o padroado Do rebanho confiado A teu poder protector. Portugal, qual outra Fénix, À vida torne outra vez. Não se chame Português Quem cristão de fé não for.
Hino composto pelo Padre Francisco Rafael da Silveira Malhão, por ocasião da proclamação do dogma da Imaculada Conceição, pelo Beato Pio IX, a 8 de dezembro de 1854. (via Veritatis)