Segundo informações que colhi na página A Terra de Santa Cruz no FB, a tradicional Procissão do Fogaréu é realizada no centro histórico da antiga Villa Boa de Goyas, Cidade de Goiás, desde 1745
Reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do estado de Goiás, a representação da perseguição e prisão de Jesus Cristo é realizada sempre nas primeiras horas da quinta-feira da semana santa.
A procissão foi trazida para Goiás pelo padre espanhol Perestelo de Vasconcelos, em 1745 e representa a prisão de Cristo pelos soldados romanos, caracterizados pelos 40 farricocos em suas vestimentas coloridas e com os tradicionais capuzes pontiagudos. Entre os séculos XV a XVIII, a presença dos farricocos em procissões européias tinha como propósito a expiação pública de seus pecados, a penitência e a estigmatização.








A tradição até hoje guarda sigilo quanto à identidade dos participantes, como ainda é feito na Europa. A penitência deve ser mantida em segredo e o participante não deve se vangloriar dela, demonstrando assim humildade e respeito.
É interessante que no interior de alguns estados do Nordeste, como o Ceará, durante a Quaresma, até tempos recentes, existiam grupos de penitentes que percorriam as estradas (na zona rural) vestidos de modo semelhante e se flagelando.
A Procissão do Fogaréu começa em frente a Igreja da Nossa Senhora da Boa Morte seguindo até a Igreja Nossa Senhora do Rosário, aonde é encenada a Última Ceia. Daí parte em direção à Igreja São Francisco de Paula, ponto final do cortejo, com uma celebração religiosa onde a imagem de Cristo, representado por um estandarte de linho pintado pelo artista plástico Veiga Valle no século XIX é hasteado.