
Pergunta: Nunca entendi o porquê de os católicos citarem as bodas de Caná (João II, 1-11) para apoiar a eficácia da intercessão de Maria junto a Jesus. Ele fez o que ela pediu, mas só depois de deixar claro que ela não tinha o direito de pedir-lhe: “Mulher, o que tenho eu contigo?” Não resta óbvio que ele jamais pretendeu que Maria tivesse voz em seu ministério?
Resposta: Não segundo o próprio Cristo. Ele explica sua objeção desta forma: “Pois ainda não é chegada a minha hora” [cf. João II, 4]. Ele não diz: “pois tu não tens nada a dizer no meu ministério”; ou: “pois não é teu papel pedir nada a mim”. Ele não está contestando o pedido, mas apenas questionando o momento. Quando chegar a Sua hora, ela pedirá e Ele a atenderá.
E qual é a “hora” de Jesus? Ao longo do Evangelho de João, este termo refere-se, sobretudo, à sua Paixão e Morte. Na verdade, Jesus está dizendo: “Por que intercedeis perante mim? Ainda não é a hora da minha morte salvadora”.
Em outras palavras: a intercessão de Maria (assim como a sua e a minha), extrai toda a sua força do sacrifício de Jesus. A “hora” de Jesus não torna a intercessão de Maria imprópria ou desnecessária; pelo contrário, é a exata base para a intercessão dela.
Observe que, mesmo antes da sua hora, Jesus concedeu o pedido de Maria, transformando água em vinho, bem como atendeu o pedido da mulher cananeia, que perseverou na oração quando Jesus parecia recusar seu pedido a fim de testar-lhe a fé (cf. Mateus 15,21-28).
Fonte: Catholic Answers, This Rock Magazine, 2003; tradução livre: Carlos Martins Nabeto.