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A polêmica dos catecismos

Excelente vídeo do Rafael Brodbeck sobre a celeuma, despropositada a meu ver, sobre um livro editado pelo CDB que critica o catecismo de João Paulo II.

O livro do CDB de fato merece ser analisado, mas os que quiseram fazer isso foram apressados e perderam a mão, recrudescendo divisões.

Alguns dos argumentos do livro divulgados pelos editores são ridículos, como o de exigir de quem não é católico a crença no Deus Trindade; ora, aqui há uma confusão primária sobre o conceito filosófico e o teológico de Deus que abordei nesta postagem. Temos ainda a questão do subsiste, que já foi alvo de interpretação autoritativa da Igreja, salvo engano, no fim da década de 1990, e sobre a qual não deveria existir celeuma; as seguintes fotos ilustram isso (e as publico sem chancelar outros críticas feitas pelo seu autor):

Outros pontos parecem ser mais fundamentados, como o relativo à diluição do caráter sacrificial da Missa e o relativo à pena de morte.

De uma forma ou de outra, ver uma matilha de neoconservadores atacando o CDB de modo tão histérico leva a algumas perguntas: Há alguma coordenação entre eles? Estão agindo como instrumentos da “CNBB do B”, que desde o ano passado tenta cooptar “influenciadores”? Minha resposta a essas questões e outras semelhantes é negativa. Acredito que aqui temos um problema de fundo psicológico, pois para essas pessoas, ou para quem os formou, o catecismo de João Paulo II foi a pitada de ortodoxia existente durante certo período, de modo que atacá-lo, contestá-lo, é como agir contra um sequestrador “bonzinho” no meio de um ato criminoso (a famosa “síndrome de Estocolmo”). Ou seja, o emocional impede a análise objetiva e a ponderação sobre as acusações feitas pelo CDB. Não aprenderam nada com o “pontificado” anterior…

Particularmente, após a modificação de Bergoglio, não recomendo mais o CIC, mas o uso de modo acessório; prefiro, na verdade, Boulanger a qualquer outro.

4 replies on “A polêmica dos catecismos”

Boulanger também é o meu favorito. Thiago, encontrei uma divergência entre ele o Del Greco no que tange a se tornar partícipe de guerra injusta. Já aprofundou esse ponto?

“Temos ainda a questão do subsiste, que já foi alvo de interpretação autoritativa da Igreja, salvo engano, no fim da década de 1990″

Não acho que a “Dominus Iesus” seja isenta de problemas. Até porque esse documento repete a tese de que as igrejas orientais dissidentes são “verdadeiras igrejas particulares”. Isso é aquilo que eu chamo de “ortodoxos de Schrödinger”: estão dentro e fora da estrutura visível da Igreja ao mesmo tempo (uma analogia com o “gato de Schrödinger”, que estaria vivo e morto ao mesmo tempo).

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