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A inovação nas vestes da repetição

No entanto, se assim se pode dizer, a culpa deste “amalgamento” indiscriminado de dez séculos deve-se também um pouco à cultura medieval que, tendo escolhido ou tendo-se visto obrigada a escolher o latim como língua franca, o texto bíblico como livro fundamental e a tradição patrística como único testemunho da cultura clássica, se aplica a fazer o comentário de comentários e a citar fórmulas estabelecidas, com aparência de quem não diz nada de novo. Tal não é verdade, a cultura medieval tem o sentido da inovação, mas esforça-se por escondê-la sob as vestes da repetição (ao contrário da cultura moderna, que finge inovar mesmo quando repete).

– Umberto Eco (Arte e Beleza na Estética Medieval)

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