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Femilesbianzismo: o trágico e o cômico

Ontem estava passado pelo Departamento de Comunicação Social da UFPE quando me deparei com o seguinte cartaz pregado na sala 206:

Coletivo Diadorim apresenta:

II Semana da Mulher. Lesbiandade e luta. Cine-debate: O papel da mulher lésbica dentro do cinema pornô.

Até aí nada tão inesperado nesse ambiente universitário do Brasil atual, embora eu não tenha tanta certeza de que uma luta política baseada em categorias sexo-afetivas-existenciais seja salutar para a democracia. O problema vinha no que estava escrito logo abaixo:

São bem vindas todas as mulheres trans, cis, pessoas intersexo, travestis, homens trans e pessoas não-binárias.

Homens cisgênero, esse espaço é nosso, por favor não insistam.

Porra! Esse pessoal não consegue ver o quão ridículas são todas essas categorizações? Não percebem que essa lista provavelmente não vai ter fim, pois a tendência é que toda forma com que a sexualidade-afetividade humana se concretiza venha a querer ter “direitos” e ter sua voz ouvida, perfazendo um novo gueto que para existir demanda a exclusão (qualquer semelhança com o conceito sociológico de seita não é mera coincidência)? Ou seja, no fim das contas a luta “libertadora” desse povo é uma luta que não consegue se afirmar no diálogo com o diferente (os “homens cisgênero”) e, na verdade, quer se fazer ouvir pela força, não pelos argumentos (seria diferente se dissessem: “homens cisgênero, vocês são bem vindos, mas respeitem nossa visão sobre o tema”, ou algo parecido). E não falo isso achando que pessoas com algo em comum não possam formar seus “clubes exclusivos”, no sentido de espaços em que possam compartilhar o que os une, mas o histórico dos movimentos que apoiam iniciativas como a desse evento indica que a frase final representa muito mais que a necessidade natural de estar com os seus, ela indica uma postura psicológica não afeita ao contraditório e que se mostra perigosa para a estabilidade de nosso quadro político.

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2 respostas em “Femilesbianzismo: o trágico e o cômico”

Digníssimo, ja disse o apostolo Paulo em Efesios 4:29. NÃO SAIA DE SUA BOCA NENHUMA PALAVRA TORPE. MAS SÓ SE FOR BOA PARA PROMOVER A EDIFICAÇÃO… Avalie seu post 🙂

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