Hoje é dia dos democratas celebrarem um golpe militar, feito por um protegido (Deodoro) contra seu benfeitor (Dom Pedro II), para implementar um regime cujos primeiros atos foram perseguir a imprensa e aumentar em 1/3 o salário do presidente em comparação com o soldo imperial.
A república fez do Brasil um corpo convulsionado. Desde 1889 vivemos de revolução em revolução, ditadura em ditadura, de moedas em moedas, de constituições em constituições, sempre numa espiral degenerativa de instabilidade.
Encaixar a república no Brasil é como forçar um quadrado num círculo. Somos um povo monárquico por cultura e DNA. Não à toa a casa do presidente é chamada de “palácio” quando não haveria necessidade alguma de sê-la; não à toa o povo vê nos governantes uma figura paterna (ou materna, no caso de Dona Dilma I, a louca); não à toa nosso período de maior estabilidade democrática foi durante o segundo reinado.
Um dos maiores problemas do Brasil é o desconforto psicológico de um povo inteiro forçado a viver sob um regime que não encontra eco no inconsciente coletivo.
Nas nossas terras república é apenas um fetiche. E daqueles que não valem o preço.