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Arte Liturgia

O ambão

Tradução e adaptação de um texto de Shawn Tribe.

Hoje, quando pensamos no “ambão” numa igreja, ordinariamente visualizamos um pequeno pódio, púlpito ou uma estrutura para ensino, às vezes feita de madeira, mas geralmente de alguma rocha. No entanto, o ambão foi durante muito tempo grandioso:

Originalmente, havia apenas um ambão em cada igreja, colocado na nave e provido de dois lances de escada: um a leste, o lado próximo ao altar, e outro a oeste. Dos degraus orientais, o subdiácono, com o rosto para o altar, lia as Epístolas; e dos degraus ocidentais, o diácono, voltado para o povo, lia os Evangelhos. O inconveniente de ter apenas um ambão logo se tornou manifesto, e em conseqüência, em muitas igrejas, dois ambões foram erigidos.

… eles foram introduzidos em igrejas pela primeira vez durante o quarto século, se disseminaram universalmente pelo nono século, atingindo o seu pleno desenvolvimento e beleza artística no décimo segundo século, e depois gradualmente caíram desuso, até que por volta do décimo quarto século foram amplamente substituída pelos púlpitos. No rito ambrosiano (Milão) o Evangelho ainda é lido do ambão. Eles eram geralmente construídos de mármore branco, enriquecido com esculturas, incrustações de mármores coloridos Cosmati e mosaicos de vidro. (Enciclopédia Católica)

São Germano de Constantinopla diz o seguinte sobre sua estrutura:

O ambão manifesta a forma da pedra no Santo Sepulcro [na qual o anjo sentou-se depois de rolá-la para longe], proclamando a ressurreição do Senhor às mulheres portadoras de mirra (cf. Mt. 28, 2-7) . Isto está de acordo com as palavras do profeta: “Levantai o estandarte sobre a colina escalvada” (Is. 13, 2), “Subi a uma alta montanha, para anuciar a boa-nova a Sião” (Is. 40, 9). O ambão é uma espécie montanha situada em um lugar plano e nivelado. (Sobre a Divina Liturgia)

Com esse pano de fundo em mente, aqui estão alguns exemplos dessa nobre estrutura litúrgica, começando com um dos mais famosos, o ambão do duomo de Ravello:

Esse ambão não apenas possui os típicos ornamentos medievais com mármores coloridos, mas também mosaicos representando pavões bem como Jonas e a “baleia” (uma referência tipológica à morte e ressurreição de Cristo) – um com o profeta sendo engolido por esse animal e o outro com ele emergindo dela três dias depois.

Isso, obviamente, é um simbolismo muito apropriado para a estrutura na qual o Evangelho é proclamado.

Como segundo exemplo, aqui está o ambão de San Lorenzo fuori le Mura em Roma:

Aqui, visto à esquerda, está o ambão da basílica de San Clemente em Roma:

Finalmente, uma foto de um ambão sendo usado liturgicamente na igreja dominicana de Santa Sabina, em Roma:

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