Reflexão de Arthur Danzi:
Quando eu penso no Inferno, sempre me vem à mente a instrução de Jesus a Nicodemos:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não vem para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus” (Jo 3:16-21).
O ponto fulcral: “E a condenação é esta: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.” Esse trecho me impressionou tanto que eu tive de comparar diversas traduções, e todas concordam que Jesus não diz “a causa da condenação é esta” ou “a condenação se dá por isto”.
Nosso Senhor ensina que amar mais as trevas do que a luz É a própria condenação. Não é que o pecado “obrigue” a justiça divina a nos castigar, mas que o Sumo Bem não tem nada para oferecer àquele que se obstina no mal — exceto, talvez, o seu distanciamento.
Recusar o amor gratuito de Deus é o princípio do Inferno, que é um estado reversível nesta vida e irreversível no além.