


Informações retiradas (e modificadas) na página Terra de Santa Cruz do FB:
Um dos melhores exemplos de arquitetura bandeirante em São Paulo é o Sítio Santo Antônio localizado no município de São Roque, construído entre 1640 e 1682.
A casa grande foi construída aproximadamente em 1640, época em que o bandeirismo estava em seu auge, pelo bandeirante Fernão Paes de Barros, em terras doadas por seu pai Fernão Vaz de Barros. Seu proprietário era um dos maiores financiadores das bandeiras e conseguiu se capitalizar através da policultura.
Apesar de já existir uma capela dentro da casa grande, por insistência da esposa do Capitão Fernão Paes de Barros, Dona Maria Mendonça, em 12 de junho de 1682, foi inaugurada a Capela do Sítio Santo Antônio, a 30 metros da casa grande. Segundo o barão de Piratininga, o padre Belchior de Pontes celebrava missas na capela.
Sua planta não segue as plantas tradicionais da arquitetura religiosa da época, e sim das capelas jesuíticas, tendo a nave e o altar principal em um mesmo corpo de construção.
No que tange à conservação, a primeira restauração foi realizada durante quase toda a década de 40, sendo que em 1965 o interior da capela sofreu uma nova intervenção para a reconstituição das tábuas do altar principal.
Nada descreve melhor o Sítio de Santo Antônio do que estas palavras escritas por Mário de Andrade em 1937:
Em vez de se preocupar muito com a beleza, há de se reverenciar e defender especialmente as capelinhas toscas, as velhices dum tempo de luta e os restos de luxo esburacado que o acaso se esqueceu de destruir. Está neste caso a deliciosa capela de Santo Antônio, no município de São Roque, a setenta quilômetros da Capital, para as bandas do oeste.
O valor histórico desse conjunto arquitetônico pode ser atribuído a vários fatores. Desde a data de construção, até a importância de seus ilustres proprietários: Fernão Paes de Barros, Barão de Piratininga e o escritor modernista Mário de Andrade. Este último adquiriu e doou, em 1947, os imóveis ao Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Ao doar o imóvel, o escritor fez uma exigência: ser o zelador deste patrimônio enquanto estivesse vivo (sua intenção era tornar a casa grande um local de repouso para os artistas brasileiros).
A riqueza arquitetônica da casa grande e da capela já foi objeto de estudo e teses acadêmicas. O arquiteto Lucio Costa foi um dos primeiros profissionais renomados a identificar as manifestações de arte genuinamente brasileira que o local apresenta. Quando descoberta em 1937, quase metade do prédio da casa grande já havia ruído, mas ainda houve condições para os técnicos e historiadores constatarem os padrões tradicionais característicos dos três primeiros séculos de ocupação do planalto paulista: paredes de taipa de pilão; armadura da cobertura formada por cumeeira, espigões e frechais apoiados ao longo das paredes, caibros que se prolongavam para fora do edifício sustentando largos beirais; poucas e pequenas portas e janelas feitas em canela e ainda calçadas de pedras irregulares e chão batido.















Algumas fotos vieram deste blog.