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Da mitologização do Gênesis

Na “mitologização” do Gênesis feita na teologia contemporânea, há um eco do modernismo e da teologia protestante liberal, que negam a intervenção do sobrenatural (reduzindo a Religião a uma espiritualidade genérica e palatável ao “homem moderno”), e identificam a realidade criada ao aferível pelo método científico moderno.

Os hagiógrafos não eram homens sem Espírito, eles “viam” muito além de um pensamento racional-fantástico coroado por uma vaga “inspiração” monoteísta (criacionista) de caráter “poético” (com um “sentimento religioso” peculiar).

O Gênesis se reveste das imagens dos mitos antigos porque são relatos que se dirigem primordialmente a homens antigos, porque são as imagens de que dispõe o hagiógrafo: ele é, como os santos, simultaneamente um homem da Eternidade e um “homem do seu tempo”; mas ele discerne as imagens a utilizar, bem como sua ordem, para comunicar uma realidade (a história da formação do cosmos e do homem) verdadeira, e não mera alegoria de vago sentido teológico-metafísico.

Se há erro interpretativo de índole científica em alguns Padres e Doutores (que acorriam às filosofias segundas antigas), isto não significa que seja verdade apenas uma teologia metafísica vaga (distinta daquelas do politeísmo e do panteísmo), senão que há verdades cosmológicas reveladas além de certas metodologias científicas; verdades às quais a inteligência inspirada alude com as imagens comuns aos mitos, e cujo conteúdo real pode ser vislumbrado, por exemplo, na tese “alterista” e em certos elementos da “cosmologia tradicional” (sic).

Joathas Bello

OBS: O alterismo é a tese que afirma que a natureza do mundo era diferente antes do pecado original

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Entenda como o texto da Bíblia foi preservado

O roteiro que o entrevistado usou pode ser acessado aqui (ele mesmo me forneceu).

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Apologética Bíblia

Água Benta para fundamentalistas

Pergunta: Minha irmã fundamentalista diz que a água benta é uma superstição e não tem apoio na Bíblia. Não consigo encontrar uma passagem para refutá-la.

Resposta: Números V,17 descreve um ritual: “E o sacerdote tomará a água sagrada em um vaso de barro, tirará um pouco do pó do chão do tabernáculo e o lançará na água”. Isto demonstra que a água benta não só possui base bíblica, como também existe desde os dias de Moisés.

A água benta era empregada em numerosas cerimônias do Antigo Testamento que envolviam aspersão e lavagens cerimoniais. Veja o que é falado sobre a água lustral em Números XIX, 9-22. Nosso Senhor usa dessa referência, isto é, da água como instrumento simbólico da purificação espiritual, para ilustrar várias verdades: João IV, 14; XIX, 34; Apocalipse XXI, 6. São Paulo passou à frente tal ensinamento: Hebreus X, 22.

No início do Cristianismo, Santo Alexandre mandou usar o sal na bênção da água.

Essa mistura nos remete ao profeta Eliseu que usou sal na água para torna-la sadia (II Reis II, 12-22). Também nos remete ao Evangelho, no qual o cristão é convidado a ser sal da terra (Mateus V,13).

Na lei de Moisés, aspergia-se o povo com água misturada com a cinza de um bezerro vermelho que imolavam. Essa era a água lustral a que fiz referência. O que as cinzas eram na Lei de Moisés é o sal no Novo Testamento: o sal simboliza a sabedoria e a amargura da penitência.

Hoje não estamos obrigados a realizar as cerimônias mosaicas, porém o fato de ter sido usada água benta prova que não é uma prática supersticiosa nem inválida. O mesmo se diga de seu uso contínuo pela Igreja, que tão somente colocou em prática as ferramentas deixadas pelo Salvador.

Um aprofundamento pode ser encontrado aqui.

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Bíblia

Promoção imperdível!

Foi lançada a campanha da 2ª edição, pela Editora Realeza, da clássica tradução da Vulgata feita pelo Pe. Matos Soares, a única com a garantia eclesial de não ter erros contra a fé e a moral. Mas essa nova edição não é uma mera reimpressão da anterior, que, por si, já foi um trabalho extraordinário na recuperação desse tesouro perdido; ela prima pelo conforto na leitura!

Nesse intuito, certas modificações, mais do que bem vindas, foram acrescentadas, das quais destaco:

Diagramação aprimorada: Os textos foram diagramados em duas colunas, exceto os textos poéticos, que foram mantidos em uma única coluna. Isso facilita a leitura e a compreensão dos diferentes estilos literários presentes na Bíblia.

Papel creme de alta qualidade: O papel utilizado nesta edição é ainda mais amarelado, proporcionando maior conforto visual durante a leitura e ressaltando o contraste das letras.

Letras ampliadas: As letras foram aumentadas em tamanho para melhorar a legibilidade, especialmente para aqueles com dificuldades visuais.

Índice digital: Esta edição virá com um índice digital que facilita a busca e a localização dos livros da Bíblia, tornando mais simples encontrar passagens específicas rapidamente.

Lombada mais fina: Devido ao número inferior de páginas, a lombada desta edição é mais fina, o que a torna mais compacta e fácil de manusear.

Revisões e correções: Foram realizadas várias revisões no texto da primeira edição, corrigindo alguns erros de digitação e garantindo, desse modo,  a precisão e a fidelidade aos originais do Pe. Matos Soares.

Além disso, a campanha inclui entre as suas opções de compra um combo indispensável para o estudo bíblico, pois inclui obras de comentários aos Salmos e ao Novo Testamento, bem como uma com foco apologético por meio da Sagrada Escritura. Algo que custaria facilmente R$ 1.000 está sendo vendido (nessa etapa da campanha, portanto corram!) por apenas R$ 499, 90.

O site onde os leitores podem adquirir todas essas obras essenciais pode ser acessado aqui.

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Os ensinamentos no Templo

Um sermão interessantíssimo do Pe. Cardoso, no qual ele dá algumas explicações sobre os ensinamentos de Nosso Senhor com 12 anos no Templo:

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Anos de vida no Antigo Testamento

Qual é o ensinamento da Igreja Católica acerca das pessoas no Antigo Testamento viverem centenas de anos, chegando a passar dos 900 anos?

A Igreja não possui um ensinamento se essas idades devem ser interpretadas literalmente ou não.

A Igreja afirma que tudo o que a Escritura diz é inerrante, porém os escritos deve ser entendido segundo as regras literárias que estavam em uso na época em que foram produzidos.

Sabemos que em muitas culturas antigas idades fantasticamente longas eram atribuídas a antepassados ​​famosos, de modo que isto pode ser uma indicação de que tais idades devem ser tomadas como símbolo da grandeza e venerabilidade desses indivíduos.

No entanto, como dito, isso não é algo [específico] que a Igreja tenha ensinado. Na verdade, Deus pode manter as pessoas vivas pelo tempo que quiser; com efeito, se Ele quiser que alguém viva até os 900 anos, Ele pode mantê-lo vivo por todo esse tempo.

Fonte: Catholic Answers, This Rock Magazine, 2003; tradução livre: Carlos Martins Nabeto; correção: Thiago Santos de Moraes.

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Contradição no relato do suicídio de Judas?

Mateus XXVII, 5 diz que Judas se enforcou enquanto Pedro diz, em Atos I, 18, que ele caiu e suas entranhas se derramaram. Como conciliar o que parece ser uma aparente contradição?

Há duas maneiras possíveis de conciliar esses versículos:

[1] O propósito de Lucas em Atos pode ter sido simplesmente relatar o que Pedro disse num momento em que as informações que os Apóstolos tinham sobre a morte de Judas poderiam ser ainda incompletas. Depois que alguns dos sacerdotes do Templo se converteram (cf. Atos VI, 7), estes podem ter fornecido mais detalhes sobre a morte de Judas, detalhes estes que foram posteriormente incorporados aos relatos do Evangelho.

[2] Também é possível que após Judas se enforcar, após sua morte, a corda quebrou e ele caiu sobre as rochas, espalhando suas entranhas.

Com efeito, Mateus foca nas ações de Judas ao tirar a própria vida, enquanto Pedro foca no que aconteceu com ele após seu suicídio.

Fonte: Catholic Answers, This Rock Magazine, 2004; tradução: Carlos Martins Nabeto.

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Organização dos versículos

Quando eu leio a Bíblia, não vejo muito sentido na forma como os versículos são divididos. Alguns vêm no final de frases e parágrafos, outros não. Por que a Bíblia foi escrita dessa maneira?

A Bíblia não foi escrita dessa maneira. A numeração dos versículos foi introduzida bem tardiamente, logo após a invenção da imprensa.

As primeiras cópias manuscritas da Bíblia eram escritas em grego em rolos de papiro, sem o uso de sinais de pontuação ou espaçamento. Com o passar do tempo, foi desenvolvido o “códice” ou “livro”, formado por páginas [sobrepostas] e uma lombada, tal como o conhecemos hoje; só mais tarde ainda é que veio a impressão.

Conforme os impressores trabalhavam na produção de edições da Bíblia, acharam conveniente encontrar e marcar as seções do texto colocando números ao lado das seções. Isso provou ser bastante conveniente não só para os impressores, como também para outros leitores da Bíblia.

A numeração não foi colocada com outra finalidade senão ajudar a localizar as seções do texto. Podemos dizer que era como ter as linhas de latitude e de longitude em um mapa.

Aprofundando essa organização, Stephen Langton, cardeal e arcebispo da Cantuária, por volta de 1226, dividiu os livros da Bíblia em capítulos. Os capítulos foram divididos em versículos nos anos 1500, sendo a forma usual realizada em 1551, por um impressor chamado Robert Etienne, também conhecido como Stephanus.

Fonte: Catholic Answers, This Rock Magazine, 2001; tradução livre: Carlos Martins Nabeto.