Acabei de ver o seguinte vídeo, que é a mensagem de Natal da rainha Elizabeth II do Reino Unido:
Além da bela reflexão cristã, perfeitamente inserida numa sociedade com diversidade de religiões, como é a de seu país nos dias de hoje, essa mensagem reforçou em mim algo que notei no vídeo que a soberana gravou no começo da quarentena do COVID-19 em seu país:
E o que notei foi o seguinte: a completa impossibilidade de algo com essa força moral ser gravado pelo presidente Bolsonaro ou qualquer outro que estivesse em seu lugar. A separação entre a chefia do Estado e a do governo (e a teoria política moderna fala também na necessidade de se ter uma chefia separada para a administração pública) mostra toda a sua razão de ser em momentos como esse.
Quem se envolve na política do dia a dia, em especial nosso presidente, que faz isso pelas “redes sociais”, nas quais é louvado ou odiado por “manadas de pessoas” viciadas em ter seus instintos primários estimulados, não tem condições de ser um símbolo de unidade ou um porto seguro no meio de uma crise. Tal fato pode ser exemplificado na vaia que Dilma levou na abertura da malfadada Copa do Mundo de 2014; ali ela estava exercendo o papel de chefe de Estado, mas o público não dissociou a representação do país dos atos de seu desastroso governo.
Um chefe de Estado que não seja um monarca também não consegue exercer esse papel com perfeição, já que a permanência frente a passagem do tempo é um elemento essencial em toda essa simbologia.
Assim, entre as várias lições que podemos tirar desse tempo de provação permitido (ou querido) por Deus, em especial no caso de nosso país, temos a que se depreende da leitura do final do livros dos Juízes (Juízes XXI, 25):
Naquele tempo, não havia rei em Israel e cada um fazia o que lhe parecia melhor.