O Veritatis lembrou-me hoje que a 3 de janeiro de 1521 o Papa Leão X excomungava o heresiarca Martinho Lutero, a quem o poeta português Garcia de Resende dedicou estes justíssimos versos (in «Miscelânea», 1554 – póstumo):
Com heresias e manha
Vimos o falso Lutero
Converter em Alemanha
Tanta gente, que é façanha
Na maior força do império:
Contra nossa fé pregando,
E do Papa blasfemando,
Dos Bispos, dos Cardeais,
Venceu batalhas campais
A grande gente do seu bando.
Com sua língua maligna,
E preceitos desonestos,
Semeia sua doutrina
Cheia de luxúria indigna
E vergonhosos incestos:
O que mais deve doer,
É que vemos estender
Este veneno a mais terras
E com pestíferas guerras
Tarda remédio poer.
E a quem o Papa eleito considera um “reformador, que tinha boas intenções”…