Entre as várias efemérides que essa quarentena tem trazido à minha mente (como a de meu bisavô ter vivido algo semelhante, em 1918, com a gripe espanhola), hoje veio a do genocídio armênio, o primeiro genocídio do sangrento século XX. Embora não seja tão lembrado quanto o dos judeus, esse massacre provocou a morte de 1,5 milhão de pessoas e foi motivado pelo ódio religioso e pelo romantismo nacionalista (que difere do patriotismo, uma virtude).
De fato, 105 anos atrás os impérios multinacionais, que marcaram boa parte da história humana, já eram vistos como relíquias e relíquias que punham em risco o futuro da nação dominante. Não é de admirar que a I Guerra tenha varrido o Império Otomano, o Austro-húngaro e o Russo. No caso do primeiro, o impulso nacionalista se misturou com a agressividade característica do maometanismo e promoveu a perseguição aos cristãos armênios (a Turquia moderna, nascida nesse caldo, nega o genocídio até hoje).
No intuito de não deixar a data passar, preparei a seguinte galeria:
Na legenda, lê-se: “Aqueles que caíram ao largo. Cenas como essa eram comuns nas províncias armênias na primavera e no verão de 1915. A morte provocada por várias formas – massacre, fome, exaustão – vitimou grande parte dos refugiados. A polícia turca justificou isso como resultado da deportação.”
Eles foram acusados de crimes contra os armênios e gregos. No texto, lê-se: “Eles tentaram eliminar o problema armênio a partir da eliminação dos armênios. Os três pashas Mehmed Talaat Pasha, Grão Vizir e Ministro do Interior (chefe da polícia); Ismail Enver Pasha, Ministro da Guerra; e Ahmed Djemal Pasha, Ministro da Marinha.”