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O caso Galileu e a ciência moderna

Tratado com bastante frequência como um “mártir da ciência” pelos currículos escolares, o físico italiano do século XVII Galileu Galilei beneficiou-se em grande medida da benevolência da Igreja Católica em seu célebre julgamento, jamais tendo abandonado a fé cristã, muito menos contestado a autoridade de Roma.

Do mesmo modo, acusado de “pitagorismo”, “platonismo” e uma série de outras coisas inverossímeis por seus detratores modernos, parece que a figura de Galileu continua a despertar paixões violentas e a movimentar a fúria ideológica com que, hoje em dia, todo “debate” costuma ser praticado.

Sobre esse último ponto, também há no vídeo uma crítica à controvérsia que nasceu entre conspiracionistas da internet, passou ao meio neopentecostal e agora cresce entre as “seitas sedevacantistas católicas”, e que se refere ao  formato da Terra (!!!!! – para quem quiser responder aos loucos, aqui vai um livro de mais de 700 páginas tratando do tema) e ao heliocentrismo, como se a perda de um simbolismo antigo fosse resultado de alguma trama maléfica e como se das descobertas modernas novas simbologias não possam ser tiradas. 

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Gêmeos univitelinos e a infusão da alma

Pergunta recebida de um leitor:

Os gêmeos univitelinos se desenvolvem a partir de um único óvulo fecundado e, como se afirma que a alma é infundida no momento da fecundação, o que se dá no caso deles?

Instantaneamente após a fertilização, o óvulo fecundado possui a matéria necessária para formar um novo ser humano. Portanto, possui forma humana (leia-se alma).

Mesmo contendo células indiferenciadas, o zigoto já possui a matéria necessária para dali nascer um novo homem. Se em algum momento aquele zigoto se dividir, dando origem a um novo tecido e no caso desse tecido possuir, do mesmo modo, matéria própria para a geração de um novo homem, então lhe será infundida uma nova alma, criada por Deus naquele instante.

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Podcast – Darwinismo: Prof. Carlos Nougué

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Bíblia Ciência

Bíblia e mudança nos seres

Um leitor pergunta:

Será que o relato bíblico dá espaço à possibilidade de os seres vivos sofrerem mudanças como prega o evolucionismo?

Eu entendo que sim.

A Sagrada Escritura diz que Deus criou os seres vivos “segundo a sua espécie” (Gênesis I, 11-12, 21, 24-25). Desse fato surgem duas perguntas com respostas diferentes:

1) Será que pode haver certa medida de variação dentro de cada espécie, ou seja, de cada categoria de planta e animal? Sim.

2) Será que as adaptações observadas dentro de uma categoria provam que novas categorias podem surgir pela evolução? Não.

Considere um exemplo. Nos anos 70, pesquisadores estudaram tentilhões das ilhas Galápagos. Eles notaram que mudanças climáticas fizeram com que os pássaros com bico um pouco maior tivessem mais chance de sobreviver do que os com bico menor. Segundo alguns, isso era uma prova da evolução. Mas era mesmo ou tinha acontecido apenas uma adaptação? Anos mais tarde, os pássaros com bico menor voltaram a ser maioria na população de tentilhões. Isso levou alguns estudiosos a concluir que embora a adaptação possa ajudar uma espécie a sobreviver, ela não cria nada novo.

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Ciência Filosofia

Evolução: hipótese mista e outras considerações

Texto do confrade Rui Ribeiro Machado:

Coisas certas:

– Existe mutação (nunca, contudo, foi demonstrado que uma espécie pode se transformar em outra, admitindo que mudanças só acidentais não fazem indivíduos de espécies diferentes. A rigor, o lobo e o cão poderiam ser classificados na mesma espécie, já que a taxonomia nem sempre atenta para diferenças essenciais e sim acidentais).

– A paleontologia demonstra a existência de séries ordenadas de seres que apareceram e desapareceram, substituindo-se uns aos outros, segundo o desenvolvimento gradual de certos caracteres e o desaparecimento de outros. A isso, soma-se a evidência paleontológica de que as espécies não teriam todas aparecido conjuntamente.

– Semelhanças estruturais, genéticas, moleculares, não são provas de que uma espécie surgiu de outra, uma vez que todo organismo se compõe das mesmas estruturas, desde o átomo até o DNA ou a célula, e, por operar de maneira semelhante, deve ser composto também de maneira semelhante.

A dogmatização do transformismo reduz em muito as possibilidades. Uma coisa que nunca é pensada, nem por defensores cristãos do transformismo, nem do fixismo, é que, tanto a metafísica, quanto a Sagrada Escritura, admitem uma solução mista: é possível que Deus tenha criado um grupo de espécies inicial, e que, a partir daí, transformações dessem origem a novas espécies. Santo Tomás achava que minúsculos animais surgiram depois, até por geração espontânea. Portanto, quando o Gênesis diz que “Deus fez cada um segundo a sua espécie” (cf. Gn 1,21.24-25) não está indicando a impossibilidade de surgimento de novas espécies que, até então, não existiam.

Tampouco é preciso admitir que as espécies foram criadas por Deus todas na mesma ocasião, e não quando houvesse condições favoráveis à sua existência. Os seis dias da criação não precisam ser dias literais, embora haja toda uma lógica na descrição desses dias, revelada por Santo Tomás: eles formam uma série alternada de três etapas da criação: a criação, a diversificação e a ornamentação do céu, das águas e da terra:

Primeiro dia: diversificação do céu
Segundo dia: diversificação das águas
Terceiro dia: diversificação da terra
Quarto dia: ornamentação do céu
Quinto dia: ornamentação das águas
Sexto dia: ornamentação da terra

Uma dificuldade parece ser tirada dos teólogos e doutores da Igreja: todos, inclusive Sto. Tomás (S. Th., q.74, a.2, ad.3), admitem que Deus cessou de criar novas coisas após o tempo dos seis dias, fazendo, após isso, as coisas derivarem umas das outras. Mas, como vimos, não precisamos admitir que a criação das primeiras coisas se tivesse encerrado num período breve ou curto, devendo ser estendida, para ser fiel ao relato bíblico, até o tempo da criação do homem.

Objeção: Deus, ordinariamente, não cria senão por causas segundas.

Resposta: Quem pode admitir isso cientificamente? A teoria científica do Universo estacionário admite a criação de matéria nova, sem que isso seja um empecilho à própria teoria. O Big Bang, como evento no qual toda a matéria e energia teriam sido criados, é uma hipótese sujeita a revisões, e não é a única hipótese coerente com o cristianismo. Ainda que tenha havido o Big Bang, não é impossível a criação de coisas independente do Big Bang. As almas humanas são criadas por dia. Considerando o número de nascimentos que é por volta de centenas de milhares por dia e o número de abortos (embora eu não tenha pesquisado a proporção entre os dois), são multidões de almas que são criadas diariamente.

OBS:

Tanto o fixismo, quanto o transformismo, devem considerar as condições reais de vida em cada estágio da história terrena. Os fixistas (ou criacionistas) devem admitir que as espécies só foram criadas por Deus cumpridas as condições necessárias para a sua existência. Logo, as primeiras espécies teriam sido aquelas que poderiam resistir nas condições adversas do Período Arqueano. Não admitindo isso, o fixismo se torna inverossímil. Um texto da Montfort o admite claramente:

Evidentemente, nos primeiros tempos geológicos, a Terra não oferecia condições ambientais propícias à existência de vida. Só após alguns bilhões de anos, foi possível existirem as condições ambientais necessárias para que seres vivos pudessem existir. Estima-se que a Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos e que a vida só teria surgido entre 5 e 3,5 milhões de anos atrás, o que é um tempo relativamente curto.

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Ciência

O bigode do gato

bigode do gatoA maioria dos gatos domésticos tem hábitos noturnos. O bigode os ajuda a identificar objetos próximos e capturar presas depois que anoitece

Analisemos o seguinte: Os pelos do bigode do gato estão ligados a tecidos que possuem várias terminações nervosas. Esses nervos são sensíveis até ao mais leve movimento do ar. Por isso, os gatos podem detectar objetos próximos sem vê-los – o que obviamente é uma vantagem no escuro.

Visto que seu bigode é sensível à pressão, os gatos o usam para determinar a posição e o movimento de um objeto ou de uma presa. O bigode também ajuda o gato a medir a largura de uma abertura antes de passar por ela. A Enciclopédia Britânica reconhece que “as funções dos pelos do bigode do gato (as vibrissas) ainda não são totalmente entendidas; mas sabe-se que, se forem cortados, o gato ficará temporariamente incapacitado”.

Cientistas estão projetando robôs equipados com sensores que imitam o bigode do gato, pois assim eles poderiam evitar obstáculos. Esses sensores, chamados de e-whiskers (bigode eletrônico), “devem oferecer uma ampla gama de aplicações na robótica avançada, interfaces de interação homem-máquina e biotecnologias”, disse Ali Javey, um pesquisador da Universidade da Califórnia, Berkeley.

Como, então, alguém pode achar que isso veio de um processo evolutivo mais do que aleatório? Pensar assim é o mesmo que acreditar que jogando um monte de palavras no ar quando elas caírem no solo teremos um dicionário.