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Ética e moral

Suicídio assistido: do ódio a Deus ao ódio a si mesmo

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Ética e moral Crise

O cerne da crise moral

citação2Os católicos imaginam que o que diferencia o mundo atual de épocas passadas é o teor dos pecados.

Não! As pessoas já faziam as mesmas coisas. Nunca deixou de haver no mundo cristão, exceto entre os santos e os virtuosos, traições, luxúria desenfreada, assassinatos, mundanismo, tirania, intelectualidade acadêmica burra (acontece que os filósofos modernos eram burros com estilo, com sofismas sutilíssimos e difíceis de ver, embora já preparassem o niilismo atual em modo germinal).

O que distingue basicamente a era contemporânea da era cristã é, em primeiro lugar, a permissividade. Antes havia, nem que por convenção social, o respeito dos hipócritas pela lei natural.

Em segundo lugar, a falta de vigência social da autoridade eclesiástica. Quando o poder religioso era importante para o povo, os poderosos deste mundo, que já enfrentavam e diminuíam o poder temporal da Igreja no antigo regime, se preocupavam por não atacar a autoridade religiosa enquanto tal, para não confrontar diretamente a religiosidade do povo.

Em terceiro lugar, a profusão dos meios técnicos de difusão de ideias e comportamentos. Tanto o bem como o mal podem usá-los, porém o bem espiritual só pode realmente implantar-se no coração pelo testemunho e exemplo pessoal ou a distância do mal (no caso dos simples e frágeis), enquanto o mal se difunde com facilidade por mero contato sensível, imaginariamente, não requer o concurso de uma inteligência reflexiva, pois apela às concupiscências e cresce por elas (a reflexão que ratifica o mal *só vem depois de que já se está instalado culpavelmente nele*).

Em quarto lugar, a própria defecção de boa parte da hierarquia eclesiástica, seu mundanismo, os ensinos e celebrações precárias, e os erros gritantes do sujeito magisterial supremo, fatos que, pela sua significação sobrenatural, e somados aos anteriores, permitem que as potências infernais avancem muito mais do que em outros tempos.

– Joathas Bello

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As origens da cultura da morte

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Ética e moral Catequese Teologia

A Luxúria e seus efeitos

Aqui podemos assistir uma excelente palestra do bispo Samborn (provavelmente a seminaristas) sobre o VI Mandamento.

Com a frieza argumentativa de um tomista, sem as maluquices puritanas de muitos católicos e sem o laxismo demoníaco predominante na sociedade moderna, ele explana sobre o sentido do Mandamento Divino, as espécies dos pecados contra esse mandamento e os meios de evitar tais pecados.

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Apologética Ética e moral Ciência Teologia

Gêmeos univitelinos e a infusão da alma

Pergunta recebida de um leitor:

Os gêmeos univitelinos se desenvolvem a partir de um único óvulo fecundado e, como se afirma que a alma é infundida no momento da fecundação, o que se dá no caso deles?

Instantaneamente após a fertilização, o óvulo fecundado possui a matéria necessária para formar um novo ser humano. Portanto, possui forma humana (leia-se alma).

Mesmo contendo células indiferenciadas, o zigoto já possui a matéria necessária para dali nascer um novo homem. Se em algum momento aquele zigoto se dividir, dando origem a um novo tecido e no caso desse tecido possuir, do mesmo modo, matéria própria para a geração de um novo homem, então lhe será infundida uma nova alma, criada por Deus naquele instante.

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Ética e moral Teologia

Alegrar-se ou entristecer-se com a morte de Lázaro, o serial killer?

Reflexão de Carlos Nougué feita no Facebook:

Uns dizem que devemos alegrar-nos com sua morte porque assim se protege a sociedade. Outros dizem que não devemos alegrar-nos com ela porque, como se lê em Ezequiel, Deus não se alegra com a morte do pecador. No entanto, o correto quanto a este assunto reside, uma vez mais, no justo meio; e este quase sempre requer explicação algo longa. Se pois você quer de fato saber como nos devemos sentir diante da morte de Lázaro, dê-se por favor ao trabalho de ler o que escrevo abaixo.

1) Antes de tudo, Deus de fato não se alegra nem entristece com nada, porque não é sujeito de paixões, como o somos nós. Quando se lê nas Escrituras que Deus se ira, ou se alegra, ou se arrepende de algo, trata-se sem dúvida de metáfora, assim como as mesmas Escrituras falam metaforicamente do braço de Deus para indicar sua virtude operativa.

2) No caso da passagem de Ezequiel, trata-se antes da morte espiritual – ou seja, a segunda morte do Apocalipse, ou seja, a condenação eterna ao lago de fogo e de enxofre – que da morte física do pecador, ou de sua morte física pela qual morre em pecado mortal.

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Ética e moral

Um católico pode receber a vacina contra o coronavírus? (1)

Em 19 de novembro do ano passado o site da FSSPX dos EUA publicou um artigo, não assinado,  tratando da licitude moral do recebimento das vacinas para o coronavírus. Esse texto, por algum motivo, causou confusão na tradilândia, de modo que foi substituído por outro mais detalhado.

Aqui está o texto original; aqui o link com o arquivo da página.

Vou traduzir os dois (terão o mesmo título, mas com numeração 1 e 2). Vamos ao primeiro:

vacinas

Na maior parte dos assuntos alvos de investigação científica, a Igreja não interfere, quando, contudo, há uma intersecção deles com a lei moral e divina, a esposa de Cristo fala e fornece orientação.

Nos últimos 14 dias, três vacinas experimentais mostraram resultados promissores no combate à propagação do COVID-19 (o coronavírus), reportando uma eficácia de 90% ou maior. Isso parece ser uma notícia encorajadora para todos que pretendem livrar suas vidas dos efeitos da pandemia.

Mas será que existem armadilhas morais nas vacinas? Os católicos têm obrigação moral de não aceitar essas vacinas? Para responder a essas questões, temos, em primeiro lugar, de entender que existem duas classes de vacinas atualmente em desenvolvimento: a sintética e a genética.

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A imoralidade das quarentenas ilimitadas

À medida que governos nacionais e locais fizeram, na tentativa de combate à pandemia causada pela peste chinesa, uma transição entre o pragmático distanciamento social para a destruição de suas economias, muitas vozes em contrário se levantaram, mas foram quase sempre desprezadas pela “grande” mídia e pela classe média. Assim, vamos dar espaço para uma dessas reflexões fora da curva, publicada originalmente no Rorate Caeli e de autoria do Pe. John F. Naugle, M.A., S.T.B.:

Os fins não justificam os meios: a imoralidade das quarentenas ilimitadas

Qualquer pessoa que teve aula de ética elementar se deparou com perguntas semelhantes a seguinte:

Se milhões de pessoas estão com uma doença mortal e uma possível cura é muito difícil, sendo a única solução colher as células de um bebê, resultando na sua morte, o que nós devemos fazer?

Cenários como esse são úteis para se aprofundar as suposições subjacentes a uma dada estrutura moral, especialmente para mostrar a diferença entre o consequencialismo e outras formas de pensamento moral. Normalmente os debates se passam nas salas de aula, com os graduandos tentando mostrar um nível de profundidade que está muito além do seu conhecimento.

Mas graças a Deus somos católicos. A resposta é clara.

Uma intenção boa (por exemplo: ajudar o próximo) não torna bom nem justo um comportamento em si mesmo desordenado (como a mentira e a maledicência). O fim não justifica os meios. Assim, não se pode justificar a condenação dum inocente como meio legítimo para salvar o povo. (CIC, 1753)

Deus nos proíbe de prejudicar aquele bebê, ainda que isso custe milhões de vidas. Até pensar diferentemente disso é uma grave violação à Lei Divina. Fim da discussão.