Pergunta recebida de um leitor:
Os gêmeos univitelinos se desenvolvem a partir de um único óvulo fecundado e, como se afirma que a alma é infundida no momento da fecundação, o que se dá no caso deles?
Instantaneamente após a fertilização, o óvulo fecundado possui a matéria necessária para formar um novo ser humano. Portanto, possui forma humana (leia-se alma).
Mesmo contendo células indiferenciadas, o zigoto já possui a matéria necessária para dali nascer um novo homem. Se em algum momento aquele zigoto se dividir, dando origem a um novo tecido e no caso desse tecido possuir, do mesmo modo, matéria própria para a geração de um novo homem, então lhe será infundida uma nova alma, criada por Deus naquele instante.
O tempo de desenvolvimento do embrião pouco importa. Se apenas ao oitavo dia as células começam a se diferenciar, esse fato não é argumento, para se afirmar que aquela matéria não é ainda humana.
Além disso, há casos relatados de divisão do embrião até no décimo terceiro dia de desenvolvimento (Rezende e Montenegro, 1999, Obstetrícia Fundamental, pág. 320). Nesse período, as células já estão diferenciadas e os gêmeos nascem geralmente colados. Porém, são dois indivíduos e de idades diferentes (um seria 13 dias mais velho que o outro, e Deus teria criado e infundido suas almas em momentos diferentes).
Para mostrar como o tempo para infusão da alma pouco importa, é só ver, na criação do homem, o caso de Eva. Adão já era homem adulto, com alma individual, quando foi-lhe retirada uma costela (tecido já diferenciado). E dessa matéria, Deus criou Eva, dando-lhe forma humana. Diz a Escritura: “E da costela que tinha tirado de Adão, FORMOU o Senhor Deus uma mulher”, ou seja, deu-lhe forma ou infundiu-lhe uma alma humana, criada naquele instante.