Texto traduzido por Cláudio Loureiro e revisado por Thiago Santos de Moraes
[1] No Motu Proprio Ecclesia Dei, o Papa João Paulo II manifestou sua vontade de que o Missal de 1962 deveria ser acessível a todos os católicos ligados à liturgia tradicional. A Comissão Ecclesia Dei, em Roma, desde o seu primeiro presidente, Cardeal Mayer, sucedido pelo Cardeal Innocenti, mostrou pouca simpatia e tem dado pouca ajuda para estes católicos alcançarem suas legítimas aspirações. A Comissão agora está autorizando modificações naquele missal que certamente minarão qualquer credibilidade que ela ainda tenha depois de sua autoritária intervenção, favorável ao grupo minoritário, dentro da Fraternidade de São Pedro em 1999/2000. A seguir, apresentamos um artigo de Michael Davies em que ele explica a razão pela qual o Missal de 1962 deve ser considerado estável como uma rocha dentro do movimento de desintegração da Igreja no Ocidente e o motivo pelo qual deve ser defendido com toda a força contra a sua substituição pelo missal de 1965, da destruição de seu ethos sagrado pela introdução do Lecionário de 1970 e da a prática da Comunhão na mão. Ele coloca o que se faz hoje em perspectiva histórica, em particular com a maneira pela qual Thomas Cranmer condicionou o povo da Inglaterra a aceitar sua ordem de culto em 1552.
Comentando, em 1898, sobre a maneira pela qual Thomas Cranmer, o arcebispo apóstata da Cantuária, mutilou a Santa Missa removendo especificamente as orações com aspecto propiciatório, ao revisá-la para adequar o Sarum [2] à sua Ordem de Culto, os Bispos Católicos da Província de Wetsminster disseram:
Que antigamente as igrejas locais permitiam adicionar novas orações e cerimônias é algo conhecido… Agora, que essas, além disso, permitiam subtrair orações e cerimônias em uso prévio, e até mesmo remodelar os ritos existentes de maneira drástica, é uma afirmação que sabemos não ter fundamento histórico e nos parece totalmente falsa. Consequentemente, Cranmer, fazendo algo assim, sem os menores precedentes, em nossa opinião, o fez com precipitação inconcebível.(1)
Essa repreensão foi merecida. O Pe. Adrian Fortscue, um dos grandes liturgistas produzidos pelos países anglófonos, condenou os reformadores protestantes do século XVI por mudar os ritos existentes da Missa em seus respectivos países conforme suas heresias doutrinais referentes à Eucaristia, por considerar que elas “separam-se completamente de todo desenvolvimento orgânico da liturgia”. Essa foi a primeira reforma radical da liturgia em toda a história da Igreja Ocidental e Oriental. O Pe. Fortscue rastreou com detalhes o gradual e natural desenvolvimento do rito romano (2); e explicou que nosso conhecimento sobre os detalhes da liturgia cresceu desde os primeiros Padres e nos séculos que se sucederam. As orações, fórmulas e eventuais atos litúrgicos se desenvolveram em formas definidas. A reforma do Papa São Gregório Magno (590-604) foi de crucial importância para o desenvolvimento da Missa Romana, e seu ponto chave foi ser fiel às tradições recebidas (o significado raiz da palavra latina “tradicio” é entregar). Essa reforma consistiu principalmente na simplificação e maior ordenamento do rito existente.
Esse também foi o caso da segunda grande reforma, a do Papa São Pio V, cujo Missal foi publicado em 1570. Não se pode dizer que São Pio V promulgou um Novus Ordo Missae. A própria ideia de compor um novo rito para a Missa foi e é totalmente estranha para o ethos católico, tanto ocidental quanto oriental. A tradição católica sempre foi no sentido de se manter o que foi recebido e olhar para qualquer novidade com suspeita. A essência da reforma de São Pio V foi, assim como a de São Gregório Magno, o respeito aos costumes recebidos. Que o rito romano pudesse ser remodelado “de maneira drástica” pareceria algo inconcebível para o Pe. Fortscue.
Mas então veio o Vaticano II. A vasta maioria dos 3.000 bispos presentes em Roma para o Concílio não desejava e nem ordenou uma reforma radical do Missal Romano. A ideia deveria parecer inconcebível para eles como era para o Pe. Fortscue. O cardeal Ratzinger descrevia o falecido Mons. Klaus Gamber como “um dos acadêmicos que, diferente dos pseudo-liturgistas, verdadeiramente representava o pensamento litúrgico da Igreja” (3) e Mons. Gamber escreveu: “Uma declaração que podemos fazer com certeza é que o novo rito da Missa que surgiu não teria sido apoiado pela maioria dos Padres Conciliares” (4). Eles asseguraram que a Constituição sobre a Liturgia do Concílio contivesse estipulações que aparentemente tornavam impossível qualquer remodelação drástica da Missa tradicional. O latim era pra ser mantido nos ritos latinos (Art. 36) e medidas deveriam ser tomadas para garantir que os fiéis pudessem cantar ou rezar juntos, em latim, as partes da Missa que lhes competiam (Art. 54). Todos os ritos legítimos deveriam ser considerados como de mesma dignidade e autoridade, e deveriam ser preservados no futuro e fomentados em todos os sentidos (Art. 4). O tesouro da música sagrada deveria ser mantido e promovido com grande cuidado (Art. 114) e o canto gregoriano era pra ser colocado em primeiro lugar nos atos litúrgicos (Art. 116). Não haveria inovações a não ser que o bem da Igreja as requeresse genuinamente, e todo cuidado deveria ser tomado para que qualquer nova forma adotada crescesse organicamente das já existentes (Art. 23).
As ordens explícitas do Concílio foram desdenhosamente deixadas de lado pelo arcebispo Bugnini e o comitê (Consilium) que ele controlava e que obteve o poder de interpretar (ou, melhor dizendo, mal interpretar) os desejos dos Padres Conciliares. Mons. Klaus Gamber escreveu: “Muito mais radical do que qualquer mudança introduzida por Lutero, pelo menos no que diz respeito ao rito, foi a reorganização da nossa própria liturgia – acima de tudo, a fundamental mudança que foi feita na liturgia da Missa” (5). Ele continuou: “Foi tudo isso realmente feito por causa da preocupação pastoral sobre as almas dos fiéis, ou isso não representa uma radical violação no rito tradicional, para prevenir o uso dos textos da liturgia tradicional e, portanto, fazer da celebração da Missa Tridentina inviável, já que ela não refletia mais o novo espírito que se movia pela Igreja” (6).
Em 1969, um novo rito da Missa foi promulgado, no qual, parafraseando os bispos da Província de Westminster, orações e cerimônias de usos antigos foram extintos, e o rito existente foi remodelado da maneira mais drástica. Foi proclamado triunfalmente que essa reforma, melhor chamada de revolução, iniciaria um segundo Pentecostes na Igreja, mas o que veio dela foi um colapso nunca visto na frequência às missas e em toda a vida católica no mundo ocidental. Mons. Klaus Gamber resumiu os verdadeiros frutos dessa revolução do seguinte modo:
A reforma litúrgica, acolhida com muito idealismo e esperança da parte muitos padres e leigos, veio a ser uma destruição litúrgica de imensa proporção – que vai piorando com o passar dos anos. Em vez da renovação da Igreja e da vida católica, estamos testemunhando o desmantelamento dos valores tradicionais e da piedade nos quais repousa nossa fé. Ao invés de uma frutífera renovação litúrgica, o que nós estamos vendo é a destruição da forma da Missa que se desenvolveu organicamente no curso de muitos séculos. (7)
O Cardeal Jonh Heenan, Arcebispo de Westminster, Inglaterra, avisou em 1972: “Não é necessário ser um profeta para perceber que sem uma dramática reversão da presente tendência, não haverá futuro para Igreja nos países anglófonos” (8). A tendência a qual o cardeal se referia não se restringia apenas aos países anglófonos. O cardeal Daneels, de Bruxelas, em uma entrevista dada na Inglaterra em maio de 2000, disse que a Igreja na Europa está em franca extinção (9). Que esse também é o caso nos Estados Unidos fica claro num artigo do Dr. James Lothian, um professor de economia, publicano no Homiletic & Pastoral Review, em outubro de 2000 (10). O Dr. Lothian observa que a visão oficial do Vaticano é que a “renovação litúrgica” prometida “ocorreu e a Igreja está melhor por causa disso”. As estatísticas que ele cita provam o contrário. É particularmente significante sua afirmação que durante o período que segue o Vaticano II, quando o catastrófico declínio na assistência à Missa começou, não havia tal declínio entre os protestantes. “A ida à igreja entre os protestantes seguiu um caminho diferente. Para a maior parte do período nenhuma tendência significativa foi notada, para cima ou para baixo. Em anos ela inclusive aumentou. A noção de que o declínio da prática religiosa entre os católicos era parte de uma tendência geral, não tem, portanto, apoio nesses dados”.
Dr. Lothian está completamente correto ao alegar que o Vaticano insiste em dizer que “a renovação litúrgica ocorreu e a Igreja está melhor por causa disso”. João Paulo II nos assegura que “a vasta maioria dos pastores e do povo cristão tem aceitado a reforma litúrgica em espírito de obediência e grande fervor” (11). Na realidade, a grande maioria católicos batizados nos países ocidentais não assistem às Missas dominicais. Aqueles que não estavam assistindo à Missa antes do Concílio não foram levados a praticar a sua fé e milhões que participavam com grande fervor na antiga liturgia pararam completamente com sua prática religiosa. Em alguns países europeus a porcentagem de pessoas que ainda vai à Missa desabou a quase nada, e nos EUA ela é de aproximadamente 25% – i.e. 14 milhões, de 55 milhões de católicos (12). O Diretório Católico oficial de 1988 nos EUA revela que o número de seminaristas agora é de apenas 1700, um declínio de 97% quando comparado ao número de 1965, que era 48.992 jovens.
O único Prefeito de uma Congregação Romana que tem enfrentado realmente o fracasso da reforma litúrgica é o Cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé. Ele não tem dúvidas que “a crise na Igreja que estamos enfrentando hoje é em grande parte devida à desintegração da liturgia” (13). Ele explica que o Missal Romano (1570) finalizado era, nas palavras de J. A. Jungmann, um dos grandes liturgistas do nosso tempo, “um fruto do desenvolvimento”. “O que aconteceu depois do Concílio”, escreve o Cardeal, “foi algo diferente: no lugar da liturgia como fruto do desenvolvimento veio a liturgia fabricada. Abandonamos o processo vivo e orgãnico de crescimento e desenvolvimento ao longo dos séculos séculos e o subtituímos por uma manufatura, por uma fabricação, uma banal produto banal e da moda” (14).
A destruição litúrgica não começou em 1969, com a promulgação do novo rito da Missa, o Novus Ordo Missae. A ruína já estava em curso em 1965 quando o Vaticano permitiu que burocratas litúrgicos começassem a revisar o Missal que havia sido revisado em 1962. O Missal de 1962 incorporou principalmente as mudanças das rubricas contidas no Decreto Geral Novum Rubricarum da Sagrada Congregação para os Ritos, de 26 de julho de 1960. Essa reforma nas rubricas tinha sido ordenada pelo Papa Pio XII, e poucas mudanças teriam sido notadas pelos leigos que usavam um missal pré-1962, como por exemplo a omissão do segundo Confiteor antes da Comunhão dos fiéis. No Missal pré-1962, no Ritus servandus in celebrationem Missae, X, 6, esse Confiteor é previsto. Na mesma sessão, em 1962, ele não é mencionado, mas em lugar algum é proibido. Além dessa omissão, o ordinário da Missa não foi alterado.
Nenhum leigo, por outro lado, deixaria de notar as mudanças feitas no Ordinário da Missa em 1965, e existem poucas dúvidas que o propósito dele foi preparar os fiéis para a revolucionária mudança de 1969. Por desígnio ou coincidência, a preparação dessa revolução seguiu precisamente a estratégia de Thomas Cranmer, o arcebispo apóstata de Cantuária, antes de impor a sua Ordem de Culto de 1549 (15). Uma das principais características da liturgia católica sempre foi a estabilidade. Desenvolvimentos na maneira pela qual a Missa é celebrada ocorreram, mas arrastaram-se quase que imperceptíveis pelos os séculos, e os missas em uso na Inglaterra e na Europa no século XVI tinha permanecido intocados pelos últimos séculos. Os fiéis tomaram por certo que por mais que tudo mude, a Missa não muda. Para evitar a resistência entre os fiéis católicos, Cranmer considerou prudente não modificar muitas coisas em pouco tempo. Partes da Missa passaram a ser celebradas no vernáculo – mas, muitos insistiram, ainda era a mesma Missa, então por que arriscar a perseguição? Novos elementos foram introduzidos dentro de uma Missa inalterada, que embora estivesse aberta à interpretação protestante não não era especificamente herética; mais uma vez, por que se queixar?
Uma importante inovação foi a imposição da Comunhão em duas espécies para os leigos no fim de 1547. Católicos da Inglaterra cometeram o erro de aceitar essa mudança sem oposição para manter a paz. O grande historiador católico o Cardeal Francis Gasquet escreveu:
Isso era, antes de tudo, apenas um ponto de disciplina eclesiástica, mas alguns inovadores que advogavam a incompletude do Sacramento, quando administrado em uma espécie, deram um sentido doutrinal à questão e tudo acabou em heresia. A grande vantagem, para os inovadores, assegurada com a adoção da Comunhão sob as duas espécies na Inglaterra, foi a oportunidade de quebrar a ligação do povo com antigo Missal. (16)
Cada uma dessas rupturas com a tradição diminuiu o impacto das que vieram depois, de modo que quando foram feitas mudanças que não eram apenas disciplinares a resistência foi menor. A introdução do vernáculo foi a inovação mais impactante. Onde o católico comum estava preocupado, a celebração de partes ou toda a Missa tradicional em inglês foi muito mais surpreendente do que a imposição da Ordem de Culto vernácula em 1549.. Douglas Harrison, o deão anglicano de Bristol, diz que pela introdução do inglês dentro da liturgia “Cranmer claramente estava preparando o dia que a revisão litúrgica se tornaria possível” (17). Em sua Instituições Litúrgicas, Dom Prosper Guéranger escreveu: “Nós devemos admitir que esse é o maior golpe do protestantismo: ter declarado guerra à língua sagrada. Se algum dia isso prevalecesse, ter-se-ia pavimentado o caminho da vitória deles” (18).

Exatamente o mesmo processo foi iniciado após o Concílio Vaticano II. Não há a menor dúvida que as mudanças impostas à Missa Tradicional antes de 1969 foram mais surpreendentes que a introdução do Novus Ordo. No momento em que ele começou a ser usado, os fiéis já estavam no estágio de aceitar qualquer coisa sem questionar ou de juntar-se ao êxodo em massa de nossas igrejas que tinham resistido até esse dia sem abatimento. O Missal de 1965 pode ser comparado à Ordem de Culto ou Missa de Cranmer de 1549, que tinha um objetivo provisório, destinado a condicionar os fiéis a aceitar a revisão de 1552 que poderia ser interpretada como uma Ceia Protestante. Da mesma forma, o Missal de 1965 foi feito para condicionar os fiéis a aceitarem sem protestos a reforma radical de 1969. Comparando o Missal de 1965 com a Ordem de Culto de 1549 não pretendo sugerir, em hipótese alguma, que o primeiro é ambíguo, heterodoxo, ou comparável com a criação do arcebispo apóstata. Ele é perfeitamente ortodoxo e inequivocamente sacrifical, contém as sublimes orações do Ofertório, o Cânon Romano, e orações tais quais a Placeat tibi, ou seja, tudo que foi abolido pelos reformadores protestantes e em 1969. Graças a Deus, o Papa Paulo VI ordenou que Mons. Bugnini recolocasse o Cânon Romano quando este o removeu no rito da Missa de 1969. Mas, infelizmente, ele é apenas uma opção usada raramente. Minha comparação não é mais do que uma sugestão que como o livro de orações de 1549 condicionou os fiéis ingleses para aceitarem sem protestos aquele que viria em 1552, o Missal de 1965 condicionou a grande maioria dos fiéis católicos para aceitar sem protestos aquele Missal que viria em 1969.
As revisões incorporadas pelo Missal de 1965 estão listadas nos Atos da Sé Apostólica, pp. 877-891, 1964, e na Instrução que implementou a Constituição da Sagrada Liturgia (Inter Oecumenici), de 26 de setembro de 1964 (19). As mudanças encontradas no Missal de 1965 serão examinadas do ponto de vista de um artigo obrigatório da Constituição Litúrgica conciliar: não haveria inovações a não ser que o bem da Igreja as requeresse genuinamente, e todo cuidado deveria ser tomado para que qualquer nova forma adotada crescesse organicamente das já existentes (Art. 23). Outros artigos da mesma Constituição podem ser citados para justificar as mudanças que serão listadas, por exemplo, o Art. 50, que declara que as partes da Missa “que com o passar do tempo se tornaram repetidas, ou adicionadas com pouca vantagem, deveriam ser omitidas”. Isso é típico dos documentos conciliares, que contém passagens que se contradizem entre si ou se cancelam entre si. Um dos mais distintos observadores protestantes no Concílio, o Professor Oscar Cullmann, notou a extensão com que os documentos conciliares são textos derivados de compromissos: “Em muitas ocasiões eles se justapõem pontos de vista opostos sem estabelecer nenhuma genuína ligação entre si” (20).
Concentrando-nos no Ordinário da Missa, devemos perguntar se, de fato, há partes que com o passar do tempo foram ficando duplicadas, ou foram adicionadas sem nenhuma vantagem. Eu insistiria que essas partes não existem. A sobrevivência praticamente inalterada do Missal de 1570 até 1965 foi, até mesmo de um ponto de vista cultural, um milagre. Não seria um exagero descrever esse Missal como o produto mais sublime da Civilização Ocidental, perfeito em seu equilíbrio, rico nas suas imagens, inspirador, consolador e mais instrutivo que mais bela catedral da Europa. Não deveria ser uma surpresa que, quando São Pio V finalmente codificou o Rito Romano da Missa, ele consagrou a joia da nossa fé de uma forma superior que qualquer perfeição humana, ele fez isso ao modo de um véu místico digno do Divino Mistério que envolve. Em seu livro Esta é a Missa, que foi altamente recomendado pelo Papa Pio XII, o grande acadêmico e historiador da Igreja Henri Daniel-Rops escreveu:
A Missa, em sua presente forma, rigidamente regulamentada, como nós agora conhecemos no Ocidente, foi fixada após o Concílio de Trento por São Pio V. Em sua Bula Quo Primum Tempore, de 1570, ele expressou o desejo de restaurar na Missa suas antigas normas; ele procurou retirar os elementos acidentais e impôs sua observância uniforme ao longo de toda cristandade latina. A Missa, portanto, teve sua forma definitiva estando intimamente associada à Primazia da Sé Apostólica e à autoridade do Sucessor de São Pedro, enquanto o Missal aprovado pelos Padres Conciliares de Trento não era outro que aquele usado na Cidade Eterna, o Missal Romano.
Assim sendo, o Catecismo Romano declara que nenhuma parte do Missa deve ser considerada vã ou supérflua; que nem mesmo a menor de suas frases são para ser vista como indesejável ou insignificante. O menor dos formulários, frases mesmo que não tomem mais que alguns segundos para serem pronunciadas, formam partes integrantes de um todo que é desenhado junto e estabelecido como oferenda a Deus, isto é, o Sacrifício de Cristo, e então a graça que é derramada sobre nós. Toda essa concepção foi vista como uma sinfonia espiritual na qual todos os temas são tomados como sendo expressados, desenvolvidos e unificados debaixo da orientação de um propósito (21).
Nicholas Wiseman foi nomeado como o primeiro cardeal inglês e o primeiro Arcebispo de Westminster após a restauração da hierarquia católica na Inglaterra e Gales pelo Beato Pio IX em 1850. Esse grande pastor e professor, falava o seguinte sobre a Missa que ele celebrou cada dia da sua vida sacerdotal:
Se nós analisarmos cada oração separadamente, tudo é perfeito: perfeita a construção, perfeito o sentido e perfeita a expressão. Se considerarmos a maneira como elas são reunidas, ficamos impressionados com a brevidade de cada uma, com as transições súbitas mas bonitas, e o efeito quase estancado, com o qual eles se sucedem, formando uma composição lírica de beleza ímpar. Se nós pegarmos a Missa como um todo, ela é construída com uma admirável simetria, proporcionada em suas partes e requintadamente organizada, como que para excitar e preservar o interesse inteiro na ação sagrada. Sem dúvida, para dar força total e valor a esse rito sagrado, seu cerimonial inteiro deve ser considerado. Os assistentes, com seus nobres paramentos, o canto, o incenso, e as mais variadas cerimônias que pertencem à Missa solene são todos calculados para aumentar a veneração e a admiração. Mas ainda assim, as belezas essenciais permanecem, se o rito sagrado é executado sob a abóbada de ouro de São Pedro, ou em uma choupana miserável, erguida com pressa por alguns pobres selvagens para o seu missionário (22).
Citações como essas podem ser multiplicadas indefinidamente. Se um rito litúrgico é perfeito na construção, perfeito no sentido e perfeito na expressão, é difícil entender como ele pode conter partes que foram adicionadas com pouca vantaggem. Que partes eram exatamente essas de acordo com os elaboradores do Missal de 1965? Eles decidiram não demorar, e começaram com o começo suprimindo o Salmo 42, o Judica me. Assim, do ponto em que a Missa começa, um diálogo familiar e amável foi removido e dentro de poucos segundos o celebrante já rezava seu Confiteor, deixando claro para os fiéis que rito tradicional da Missa, descrito pelo Frei Faber como “a mais bela coisa deste lado do céu”, não era mais considerado sacrossanto. O bem da Igreja realmente requeria que o Judica me fosse abolido? As palavras inspiradas desse Salmo inspirador prejudicavam nossa Fé? Os católicos que não estavam praticando sua fé retornaram por causa da supressão das palavras: “Envia a Tua luz e a Tua verdade; estas me conduzirão e me levarão ao Teu santo monte e aos Teus tabernáculos. E aproximar-me-ei do altar de Deus, do Deus que alegra a minha mocidade”? Ao menos que o bem da Igreja requeresse a supressão do Salmo, os que o removeram certamente desobedeceram ao Concílio.

Outra mudança muito significante que favoreceu a ideia de que nada na Missa é sacrossanto (23) foi efetuada no momento da recepção da Sagrada Comunhão. A prática tradicional é do padre fazer o sinal da cruz com a Sagrada Hóstia sobre o cibório diante do comungante e colocá-la sobre sua língua dizendo: “Corpus Domini nostri Jesu Christi custodiat animam tuam in vitam aeternam. Amen.” Em 1965 o sinal da cruz é abolido, o padre simplesmente diz: “Corpus Christi” e o comungante responde: “Amen” (24). Não há, evidentemente, nada de heterodoxo nessa fórmula. Ela é baseada no De Sacramentis de Santo Ambrósio (+ 397). O seu significado, assim como o da supressão do Salmo 42, é fazer claro ao comungante que se esse ritual sagrado, que ele tinha aprendido e reverenciado desde o dia da sua Primeira Comunhão, poderia ser insensivelmente suprimido, então nada na Missa era intocável.
Esse ponto foi reforçado pelos revisores com muita perspicácia e percepção psicológica pelo corte radical na conclusão da Missa, omitindo o Último Evangelho e as orações pela Conversão da Rússia. Assim, no início da Missa, no momento da Sagrada Comunhão e na conclusão quebras com a tradição se tornaram mandatórias para se imporem na consciência dos fieis. É correto dizer que o Judica me e o Último Evangelho estavam entre as inovações mais recentes do Ordinário da Missa, mas e daí? Há alguma passagem mais inspiradora em toda a Sagrada Escritura do que os quatorze primeiros versículos do Evangelho de São João? O bem da Igreja pedia a supressão dessa inspirada invocação à Encarnação, o evento histórico no qual Fé Católica é edificada, e que se liga ao Sacrifício de nossa Redenção:
No princípio era o Verbo e o Verbo era junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele era no princípio junto de Deus. Tudo por Ele foi feito; e sem Ele, nada do que se fez, foi feito; n´Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens; a luz brilha nas trevas e as trevas não a compreenderam.
Foi um homem enviado por Deus, cujo nome era João. Este veio em testemunho, para dar testemunho da luz, para que todos cressem por ele. Não era ele a luz, mas para dar testemunho da luz.
Esta era a luz verdadeira, que ilumina todo o homem que vem a este mundo. Estava no mundo e o mundo foi feito por Ele e o mundo não O conheceu. Veio para os seus e os que eram seus não O receberam. Todos os que, entretanto, receberam-n´O, deu-os o poder de se fazerem filhos de Deus, àqueles que crerem em seu nome: que não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus nasceram. E O VERBO SE FEZ CARNE e habitou entre nós; e vimos a sua glória, a glória de Unigênito do Pai, pleno de graça e verdade.
Um grande números de mudanças incorporadas ao Missal de 1965 diminuiu o papel singular do celebrante, especialmente nas missas cantadas. Ele não diz silenciosamente aquelas partes do Próprio que são cantadas pelo coro ou pelo povo. Quando o Introito é cantado ele não o recita após as orações no pé do altar. O celebrante tem a opção de cantar ou dizer as partes do ordinário cantadas pelo coro ou pelo povo, como se ele fosse apenas um membro da congregação, ao invés de dizê-las separadamente em voz submissa. Notem como essa diminuição do papel único do celebrante é desenvolvida na Missa de 1969 – onde, por exemplo, ele é privado do seu Confíteor à parte e é apenas um dos irmãos e irmãs que confessam seus pecados.

A Secreta é para ser cantada nas missas cantadas ou recitada em voz alta nas outras Missas. A doxologia no final do Cânon, iniciada com as palavras Per ipsum, é para ser cantada ou rezada audivelmente, e os cinco sinais da cruz omitidos. O Pai Nosso pode ser cantado ou recitado junto com o celebrante em latim ou na língua vernácula, mais uma vez diminuindo o papel distinto do sacerdote [3]. O embolismo [4] Libera nos, quaesumus Domine, depois do Pai Nosso, pode ser cantado ou rezado audivelmente . Nas Missas com uma congregação as Lições, a Epístola e o Evangelho serão lidas de frente para o povo e o vernáculo é permitido em todas. Um leitor ou acólito pode ler as Lições e a Epístola enquanto o celebrante senta e ouve. Até nas Missas cantadas as Lições, as Epístolas e o Evangelho podem ser lidos no vernáculo e não mais cantados.
Assim como Thomas Cranmer introduziu material novo na Missa Tradicional, a Oração dos Fiéis é introduzida no Missal de 1965. Isso foi autorizado pelo Art. 53 da Constituição Litúrgica do Concílio, outro exemplo de suas contradições internas, já que ela também diz no Art. 23 que se deve ter todo cuidado para que qualquer novidade cresça organicamente das formas já existentes. Impossível imaginar dizer que a Oração dos Fiéis tenha existido no rito romano antes do Vaticano II. Ela havia desaparecido antes do pontificado de São Gregório Magno no fim do século VI. Se a oração dos fiéis era completamente tediosa na Igreja antiga como o é hoje, fica fácil imaginar o motivo de ter caído em desuso.

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Também foi autorizado o uso do vernáculo no Introito, Kyrie, Gloria, Credo, Ofertório, Sanctus, Agnus Dei, na Communio, nos cantos entre as leituras, em todas as aclamações, saudações, e fórmulas dialogadas tais como no Agnus Dei, Domine non sum dignus, e Corpus Christi durante a comunhão. Essas concessões fizeram piada do Art. 36 da Constituição Litúrgica do Concílio, que mandou que o uso da língua latina fosse preservada nos ritos latinos. A Inter Oecumenici afirma que apenas a Santa Sé concederia permissão do uso do vernáculo em outras partes da Missa, mas essa instrução foi tratada com desprezo pelos bispos através do mundo. Em abril de 1965, foi dada a permissão para um prefácio no vernáculo, e em 1967 foi permitindo que o Cânon pudesse ser dito em voz alta e no vernáculo.

Em 1965 a prática da celebração da Missa voltada para o povo foi já estava se tornando a norma. Ela não foi mencionada na Constituição Litúrgica e é estranha ao costume universal da celebração do Sacrifício Eucarístico voltado para o leste, tanto na Igreja Oriental como na Ocidental, incluindo os ortodoxos (25). Tirando a imposição do vernáculo, essa modificação, mais do que qualquer outra, destruiu o ethos de mistério e reverência que permeia a Missa tradicional. Dentre outras mudanças feitas durante esse período, está a da redução do jejum eucarístico de três para apenas uma hora e a permissão do cumprimento da obrigação do domingo no sábado à tarde.

Podemos resumir assim o estágio da revolução litúrgica com a publicação da Inter Oecumenici em setembro de 1964:
- Partes nunca tocadas da Missa passaram a ser celebradas em vernáculo;
- O texto mesmo da Missa tinha mudado com a nova fórmula para a distribuição da Comunhão;
- Omissões foram feitas no texto da Missa, como no caso do Salmo 42 e do Último Evangelho;
- Novas orações foram adicionadas à Missa, como é o caso das Orações dos Fieis.
Assim, não há nenhuma nova mudança que não possa ser feita. Todas as futuras modificações, incluindo uma nova Missa inteira, deveria copiar um desses quatro processos:
- Introduzir o vernáculo;
- Mudar as orações e cerimônias existentes;
- Remover orações e cerimônias existentes;
- Introduzir novas orações e cerimônias.
Aos fiéis foi assegurado que essas mudanças representavam a vontade de Deus expressa pelo Vaticano II, que era o que eles próprios queriam e que eles se encantariam com tudo, e que podiam esperar ansiosamente por mais do mesmo. As inovações foram suficientes para fazer a Missa parecer diferente, mas não o suficiente para fazê-la parecer diferente daquela que era celebrada antes do Concílio. Onde a Missa continuou a ser celebrada em latim, por padres conservadores, de frente para o altar e sem a Oração dos Fiéis, a congregação pode continuar a usar seus missais pré-Vaticano II e notou apenas a omissão do Salmo 42, do Último Evangelho e a nova fórmula para a distribuição da Sagrada Comunhão. Isso neutralizou os padres conservadores, e esses padres, de qualquer forma, dificilmente se oporiam a qualquer inovação imposta de cima. Durante os séculos XIX e XX uma mentalidade burocrática se desenvolveu entre os católicos, especialmente entre o clero [5]. A essência do catolicismo foi vista como a implementação de alguma instrução vinda de uma autoridade superior não importando seu mérito, e essa é ainda a atitude de muitos nesse clero que abominam a destruição da liturgia tradicional. Eles reclamam, mas obedecem. Os clérigos liberais não subscrevem esse conceito de obediência inquestionável. Eles logo descobriram que poderiam fazer o que quisessem e o Vaticano se renderia ao fato consumado. Portanto, eles usariam o vernáculo nas partes da Missa onde ele não tinha sido autorizado, e o Vaticano lhes daria essa autorização. Distribuiriam a Comunhão na mão e sob as duas espécies no domingo, chamariam meninas para servir no altar (ou mesa, para ser mais preciso), e de novo e de novo o Vaticano cederia. Ao mesmo tempo, os católicos que acreditam com Santo Tomás de Aquino que “é absurdo e detestavelmente vergonhoso que devemos sofrer por essas modificações nas tradições recebidas dos Padres” (26), foram censurados por desobediência e deslealdade.

A Carta Quattur abhinc annos da Congregação do Culto Divino, datada em 3 de outubro de 1984, fez uma concessão de má vontade aos católicos tradicionais, ao autorizar os bispos diocesanos a permitir a celebração da Missa em latim de acordo com o Missal de 1962, estipulando que não devia haver mistura dos textos dos dois missais. O outro Missal era, obviamente, aquele de 1970. É razoável presumir que essa diretriz também proíbe qualquer mistura com os textos o Missal de 1965. Em sua Carta Apostólica Ecclesia Dei, de 2 julho de 1988, o Papa João Paulo II manifestou sua vontade em relação ao Missal de 1962 de um dos modos mais autoritativos abertos a ele: um Motu Proprio (27); disse ele:
A todos estes fiéis católicos, que se sentem vinculados a algumas precedentes formas litúrgicas e disciplinares da tradição latina, desejo manifestar também a minha vontade ― a qual peço que se associem a dos Bispos a de todos aqueles que desempenham na Igreja o ministério pastoral ― de lhes facilitar a comunhão eclesial, mediante as medidas necessárias para garantir o respeito das suas justas aspirações. (…) além disso, em toda a parte deverá ser respeitado o espírito de todos aqueles que se sentem ligados à tradição litúrgica latina, mediante uma ampla e generosa aplicação das directrizes, já há tempos emanadas pela Sé Apostólica, para o uso do Missal Romano segundo a edição típica de 1962.
Por “ampla e generosa aplicação” das diretrizes enunciadas na Quattuor abhinc annos, o Santo Padre, evidentemente, quer que mais bispos, mesmo todos os bispos, permitam a Missa de acordo com a edição típica do Missal de 1962 para todos que a solicitem e que algumas normas absurdamente restritivas contidas no documento de 1984 sejam desconsideradas, como a de que a Missa deveria ser celebrada em igrejas paroquiais apenas “em casos extraordinários”. Uma comissão de cardeais tinha sido convocada em dezembro de 1986 para examinar a implementação da Quattuor abhinc annos e seus membros consideraram unanimemente que suas condições eram muito restritivas. Eles também concluíram, por 8 votos a 1, que todos os padres que escolhessem rezar a Missa em latim poderiam celebrá-la segundo o Missal de 1962 (28). Essa comissão é citada diretamente nos estatutos da Comissão Ecclesia Dei, a quem concerne “a faculdade de garantir a todos que desejam o uso do Missal Romano de acordo com a edição de 1962 e de acordo com as normas propostas em dezembro de 1986, pela comissão de cardeais constituída com esse objetivo, e que o bispo diocesano seja devidamente informado”.

Devemos notar que o celebret pode ser concedido a um padre sem a concordância de seu bispo. Só é necessário informar ao bispo diocesano que o procedimento já foi efetuado. Também devemos destacar que o Missal de 1962 é mencionado especificamente, como foi o caso do Motu Proprio Ecclesia Dei. Nenhum desses ou nenhum dos outros estatutos da Comissão Ecclesia Dei autoriza ou permite modificações no Missal de 1962, embora tenham sido autorizadas missas nas quais as mudanças de 1964 (mas com o vernáculo apenas para as leituras), o uso do lecionário de 1970 (que destrói completamente a integridade do Missal de 1962), a Oração dos Fiéis e até a distribuição da Sagrada Comunhão na mão. É sugerido também àqueles pedindo por sua ajuda para obter a Missa segundo as rubricas de 1962 de bispos que se recusam a efetuar o desejo do Santo Padre, que se satisfaçam com o Missal de 1970 mas com as leituras em vernáculo. Essas ações demonstram o que ficou claro nos últimos 10 anos para todos em contato com a Comissão: que seus burocratas permanentes não fazem a menor ideia do que motiva os católicos tradicionais em sua insistência de ter a Missa segundo as normas de 1962. Eles consideram que os tradicionalistas são ignorantes, quadrados e rígidos. Eles não acreditam que sua tarefa é persuadir de qualquer forma os bispos a garantirem aquilo que o Santo Padre chamou de legítimas aspirações dos tradicionalistas. Tenho dito sem rodeios que a Comissão não existe para representar os tradicionalistas, mas sim para representar a Santa Sé, e ela declarou abertamente que tem a tarefa de “integrar os fiéis tradicionalistas dentro da realidade da Igreja”. A realidade da Igreja no mundo Ocidental hoje em dia é a desintegração. Tome-se a Europa como exemplo, nela a Igreja está a beira da extinção, como bem disse o Cardeal Daneels. Isso não é uma mera opinião, mas um fato. Por que devem os tradicionalistas desejar ser “integrados” na desintegração da Igreja?
Delegados da Federação Internacional Una Voce ficaram muito impressionados com a atitude positiva mostrada em direção aos tradicionalistas pelo Cardeal Castrillon Hoyos na reunião de 4 de setembro de 2000. Nós estamos esperando agora pelo sinal de que ele seja capaz de transformar suas palavras em ação. É lamentável que seu trabalho como Prefeito da Congregação do Clero terá mais prioridade do que seu trabalho como Presidente da Comissão Ecclesia Dei,o que pode resultar na continuidade do governo dos burocratas, como o caso nos mandatos dos cardeais Innocenti e Felici. Há a possibilidade da Comissão publicar um documento autorizando formalmente todas as modificações no Missal de 1962 listadas anteriormente, incluindo a Comunhão na mão, e nesse caso nós saberemos que não há nada a ser esperado dela. Essas mudanças não mostrariam respeito pelos nossos sentimentos, como pediu o Santo Padre, mas o desprezo de tudo o que temos de mais caro.
A Federação Internacional Una Voce deixou claro que ela considera cada uma dessas modificações inaceitáveis. Se algum clérigo que esteja celebrando a Missa de acordo com o Missal de 1962, seja individualmente, seja como membro de uma sociedade sacerdotal, implementar alguma dessas mudanças certamente não receberá suporte financeiro dos nossos membros. Essa resolução foi aprovada de forma unânime pelos delegados representando as 26 associações que nos formam na 14ª Assembleia Geral da Federação Internacional Una Voce, acontecida em Roma nos dias 13 e 14 de novembro de 1999, e eu estou confiante que não será modificada na nossa próxima assembleia, em outubro de 2001.
Em vista de sugestões de certos lugares que o Missal de 1965 e suas múltiplas alterações deveriam ser usados pelos celebrantes da Missa Tradicional do Rito Romano ao invés do estabelecido na Edição Típica de 1962, essa 14ª Assembleia Geral da Federação Internacional Una Voce pede respeitosamente que as normas do Motu Proprio Ecclesia Dei afflicta sejam alvo de adesão sem modificações. A introdução das mudanças encontradas na edição de 1965 constituiria um “intercâmbio de textos e ritos” especificamente proibido pela Quattuor abhinc anos de 3 de outubro de 1984.
Ao recusar-se aceitar qualquer outro rito da Missa que não seja o de 1962, os católicos tradicionais não são de forma alguma causa de desunião na Igreja, mas, motivados por um profundo senso católico, eles estão servindo-a com maior fidelidade à Fé transmitida pelos seus pais e que eles estão determinados a passar a seus filhos. Como disse Mons. Gamber:
No fim, isso significa que no futuro, o rito da Missa tradicional será guardado na Igreja Católica Romana… como uma forma litúrgica primária da celebração da Missa. Ela se tornará mais uma vez a norma da nossa Fé e o símbolo da união católica através do mundo, estável como uma rocha num período de transtorno e intermináveis mudanças. (29)
(1) The Cardinal Archbishop and Bishops of the province of Westminster, A Vindication of the Bull “Apostolicae Curae” (London, 1898), p. 42.
(2) M. Davies, The Wisdom of Adrian Fortescue (Roman Catholic Books, PO Box 2296, Fort Collins, CO 80522, 1999). Este livro possui o conteúdo mais extenso sobre a Missa no rito romano.
(3) K. Gamber, The Reform of the Roman Liturgy, (Roman Catholic Books, 1993), p. xiii.
(4) Gamber, p. 61.
(5) Ibid., p. 43.
(6) Ibid., p. 100.
(7) Ibid., p. 9.
(8) The Times Literary Supplement, 22 December 1972.
(9) Catholic Times, 12 May 2000.
(10) “Novus Ordo Missae: the record after thirty years.”
(11) Vicesimus Quintus Annus, 4 December 1988, para 12.
(12) Homiletic and Pastoral Review, November 1971.
(13) Joseph Ratzinger, Milestones (Ignatius Press, San Francisco, 1998).
(14) Prefácio da edição francesa de: “The Reform of the Roman Rite” do Msgr. Klaus Gamber.
(15) Vejam o Capítulo XI do meu livro “Cranmer’s Godly Orde”r (Roman Catholic Books, 1995). [A edição brasileira dessa obra pode ser comprada aqui]
(16) F. Gasquet & H. Bishop, Edward VI and the Book of Common Prayer (London, 1890), p. 79.
(17) D. Harrison, The First and Second Prayer Book of Edward VI (London, 1968), Introduction, p. x.
(18) Liturgical Institutions (1840), vol. I, chapter IV.
(19) Unfortunately, as is so often the case with the documents it claims to include, the relevant section of Inter Oecumenici is omitted from the Flannery edition of the Documents of Vatican II.
(20) Citado por M. Davies, “Pope John’s Council” (Angelus Press, 1992), p. 56.
(21) H. Daniel-Rops, “This is the Mass” (Hawthorn Books, New York, 1959), p. 34.
(22) Citado por N. Gihr, “The Holy Sacrifice of the Mass” (St. Louis, 1908), p. 337.
(23) Até mesmo a forma da Consagração foi modificada em 1969.
(24) Essa nova fórmula já havia sido introduzida pela Sagrada Congregação dos ritos em 25 de abril de 1964.
(25) Vejam o meu livreto “The Catholic Sanctuary and the Second Vatican Council” para uma documentação completa (TAN Books, Rockford, Illinois 61105).
(26) Summa Theologica, II, I, Q. 97, art. 2 (citando as Decretais).
(27) Um documento publicado como motu proprio (“de nossa própria vontade”) é um documento papal vinculativo que envolve a autoridade suprema do Soberano Pontífice. Em contraposição, por exemplo, os documentos da Congregações Vaticanas embora contém com a aprovação papal, não são atos do Papa.
(28) Veja-se: The Latin Mass, Summer 1995, p. 14.
(29) Gamber, p. 113-114.
Notas do revisor:
[1] Este texto foi originalmente publicado na edição de primavera da The Latin Mass Magazine. Nessa época a atuação de Roma junto aos católicos tradicionalistas “acordistas” estava em cheque, tanto pelo desconhecimento dos burocratas das verdadeiras motivações de quem luta pela Missa no rito tradicional (que definitivamente não é uma “questão de latim”), quanto por uma intervenção estranhíssima feita na Fraternidade de São Pedro, que passou por cima do Capítulo e colocou no comando da citada associação clerical um padre de espírito mais liberal. Vale notar que o que Davies escreveu tem um valor bem atual, já que ao longo do ano passado correram rumores de uma possível abertura da Ecclesia Dei em relação às rubricas de 1965 e ao lecionário da Missa Nova e, por outro lado, há uma forte propaganda de certos tradicionalistas, imbuídos de uma postura romântica e desobediente, pelo uso do rito tradicional na sua forma anterior às reformas de Pio XII. Depois desse texto de Davies, o então Cardeal Ratzinger bateu definitivamente o martelo pelas rubricas de 1962 e incentivou o Cardeal Castrillon Hoyos – o melhor presidente da Ecclesia Dei – a passar por cima do estamento burocrático.
[2] O Sarum era uma variação do rito romano própria da Inglaterra.
[3] Isso não veio com o Missal de 1965, já era possível antes segundo as normas litúrgicas exaradas por Pio XII. Para Klaus Gamber seria um desenvolvimento orgânico da liturgia.
[4] Embolismo é um rito litúrgico que se inspira e dá continuidade a uma oração.
[5] Tal dicotomia pode ser vista nestes dois registros; o primeiro, de um filme de Elvis Presley, mostra uma Procissão das Ofertas ao som de um rock meloso numa missa versus Deum, o segundo mostra uma Missa versus populum com muito latim ainda.
31 respostas em “O Missal de 1962 – Estável como uma rocha”
Eu desconhecia esses rumores na Ecclesia Dei durante o último ano; e esperava mais de Michael Davies; nunca li nada dele, mas é tão famoso. Além de algumas imprecisões – como da nota [3] do revisor e relacionar as orações da questão romana com a Rússia -, alguns argumentos contra as rubricas de 65 me parecem duvidosos: ele diz ‘e daí’ para defender a permanência de aspectos recentes, e defende as repetições, que segundo D. Guéranger são modernas.
Alguns pontos textuais:
“Omissões foram feitas (…)”: repete “no caso no caso”;
“A Carta Quattur abhinc anos”: falta um ‘N’ em ‘annos’ e não está em itálico;
Há outros que não me lembro; e não entendi a nota [5] do revisor com a afirmação do texto: “Durante os séculos XIX e XX uma mentalidade burocrática se desenvolveu entre os católicos, especialmente entre o clero.”
Pois eu achei o texto de Davies extraordinário. Não sei o que mais você poderia querer; e como ele estava escrevendo para uma revista, imprecisões são sempre possíveis nesse tipo de texto. Naturalmente, não é preciso concordar com tudo que ele diz para entender e apoiar seu argumento central, que é mais desenvolvido no livro sobre a “deforma inglesa” lançado pela Permanência.
Os dois erros apontados foram corrigidos. Obrigado.
A nota 5 tem relação com tudo que vem antes dela, iniciando-se com “Aos fiéis foi assegurado…”.
Querer, não quero nada; não tenho grandes problemas com as rubricas de 65 – ficaria satisfeito se elas fossem seguidas em nossas paróquias (tanto se a reforma não tivesse continuado, quanto se Bento XVI conduzisse a forma ordinária do Rito Romano em direção a elas – aí sim seriam duas formas do mesmo rito). Fico com este trecho:
“[O Missal de 65] é perfeitamente ortodoxo e inequivocamente sacrifical, contém as sublimes orações do Ofertório, o Cânon Romano, e orações tais quais a Placeat tibi, ou seja, tudo que foi abolido pelos reformadores protestantes e em 1969.”
Quanto à nota 5, o segundo elemento da dicotomia só me parece ser mencionado mais adiante:
“Os clérigos liberais não subscrevem esse conceito de obediência inquestionável. Eles logo descobriram que poderiam fazer o que quisessem e o Vaticano se renderia ao fato consumado.”
O Missal de Roncali é alvo de muitas críticas , e com razão. Criou o precedente de mudanças na Missa – proibidas por São Pio V – abrindo assim as portas para a herética e inválida missa nova de Montini. Vejam, por ex., em http://www.catolicosalerta.com.ar/misa/no-misal-juan-23.html
Portanto, essa mudança foi muito ruim para a Igreja.
Como é possível que uma árvore péssima como Roncali dê um fruto bom?
Não espanta que Michael Davies a elogie.Basta verificar o estudo efetuado por John Daly, disponível grátis em https://novusordowatch.org/2015/12/michael-davies-an-evaluation-john-daly/
Errado, o Missal do Beato João XIII não é alvo de muitas críticas. Ele alvo de algumas críticas de grupos minoritários ou de pessoas que querem ter uma diocese dentro do quarto e que, sob os mesmos princípios, encontram justificativa para a desobediência sistemática, perfazendo um comportamento longe do que se espera de um católico (desse modo, há os que só aceitas as mudanças até o final do pontificado de Pio XII, os que só aceitas as primeiras modificações feitas por esse Papa, os que só aceitam o Missal reformado por São Pio X e, finalmente, os que ficam com o Missal de Leão XIII).
Não, essa mudança não foi ruim para a Igreja, isso é apenas a sua opinião. Mesmo quando não se concorda com algo, como é meu caso em relação a certos ponto da reforma de São Pio X, ainda assim se deve obedecer enquanto o rito romano continuar a ser o rito romano. Não há outro rito entre todas essas variações. Esse é o ponto de Michael Davies.
Os frutos do Missal de João XXIII são todo o bem que as comunidades tradicionais que o usam fazem.
Achei bem fraquinha essa análise de John Daly e sugiro que você deixe de lado esse malucos de internet e vá viver sua fé de um modo concreto.
Sr. Thiago, agradeço sua reposta.
Antes de lhe responder, poderia o sr.
1) informar por que achou “fraquinha” a análise de John Daly sobre Michael Davies? Daly é bem detalhado ao expor as falhas grosseiras de Davies. Precisarei enumera-las? O sr leu o estudo inteiro? Onde Daly falhou ao analisar Michael Davies?
2) Poderia também esclarecer quais reformas São Pio X fez no Missal?
3) O sr. chegou a ler o estudo que o Padre Juan Carlos Ceriani fêz sobre o Missal de 1962? Há até uma série de arquivos em audio disponíveis na internet, onde ele mostra de maneira bem cabal as falhas teológicas nessa nova liturgia. O Padre Ceriani é um sacerdote reconhecidamente competente e inteligente, mesmo Orlando Fedeli reconhecia isso. Porque o sr. discorda desse sacerdote? Quais são seus argumentos para não acatar as judiciosas conclusões dele?
4) Não entendi o que o sr. quis dizer ao se referir a fiéis que gostariam de ter uma diocese no quarto e que “encontram justificativa para a desobediência sistemática, perfazendo um comportamento longe do que se espera de um católico”. A quem o sr. se refere?
5) Pessoas com posição teológica diversa da sua seriam estariam entre essas pessoas? O sr. não tolera pessoas que não pensem como você?
6) O sr. fala dos benefícios às comunidades que utilizam esse Missal. À quais comunidades se refere? E que benefícios são esses?
7) Porque o sr. não se referiu à proibição perpétua de São Pio V de alterações na Missa? Dela porventura discorda?
Poderia precisar melhor essas questões, consertando minha ignorância?
Assim poderei responder-lhe, agradecendo a caridade de sua resposta.
Um abraço
Roberto Elias Costa
7) A proibição de São Pio V nunca foi entendida da maneira que você pensa, tanto que nos séculos posteriores a ele foram feitas mudanças acidentais no rito gregoriano, como as que Clemente VIII fez.
6) Me refiro a todas que o usam, do IBP à Fraternidade de São Pio X, passando pelo mosteiro do Barroux. Os benefícios são tantos que é difícil enumerá-los; será que o número de vocações e de instituições católicas fundadas por seus membros não lhe bastam?
5) Pelo contrário, tolero bastante quem tem uma posição teológica diferente da minha (é só ver a sistematização que fiz sobre o sedevacantismo), mas não tolero quem tem uma vivência meramente teórica do catolicismo e daí quer dar lições na Igreja. Obviamente, estou falando em tese, não sobre você especificamente.
4) Me refiro a 99% dos sedevacantistas brasileiros, que são católicos de internet. Nunca fizeram nada de concreto pela Igreja, nunca fizeram nada duradouro e só escandalizam os fieis mais simples.
3) Não, não li o que esse Pe. Ceriani escreveu, mas li o que outros escreveram e que possuem fama internacional, como o Pe. Cekada, e os argumentos não me convencem. Não me interesso muito pelo que Fedeli achava ou deixava de achar sobre o que quer que seja.
2) São Pio X, por exemplo, modificou a ranqueamento das festas e dos domingos, de modo que estes últimos prevalecessem, e modificou a notação do canto gregoriano cantado pelo celebrante. Muitos tradicionalistas desobedientes, por causa disso (e de outras modificações mais extensas no Ofício Divino), usam as rubricas em voga no tempo de Leão XIII.
1) Não, não li o estudo inteiro, até porque ele não se encontra no link que você postou. E não o leria, pois só pelo índice se percebe que nele há uma amálgama de argumentações sedevacantistas que já vi em outros lugares, como a tolice de se dizer que as ordenações no rito paulino são inválidas.
O Sr. Roberto Elias Costa comentava no Fratres In Unum, comemorando o levantamento das excomunhões, dizendo que havia crise mesmo antes do Concílio e defendendo Bispos brasileiros (e sendo acusado de liberal e de pró-CVII por isso). Agora leu São Roberto Belarmino e a Quo Primum, e engrossa a fileira de ex-alunos do prof. Fedeli a aderir ao sedevacantismo:
Felipe Coelho,
Sandro de Pontes,
Paulo Barbosa,
e Sr. Roberto Elias Costa.
Antes de responder ao Thiago, respondo ao Carlos Ribeiro.
É verdade, eu errei ao aplaudir o levantamento das excomunhões, errei ao defender “bispos” sagrados depois de 1969… Minha ignorância naquela época era bem grande. Crise, na Igreja, sempre teve, desde o início. Os primeiros 50 Papas foram todos martirizados. Mas vocêd está coberto de razão. Eu estava mesmo enganado naquela ocasião. E lhe agradeço por relembrar o assunto, permitindo que eu retifique meu erro (retornei ao post no Fratres in Unum, mas não havia como adicionar um novo comentário naquele post). E, Carlos, veja bem, isso foi em 2009. Conheci Orlando Fedeli – que defendia Ratzinger e que apoiava o Motu Proprio e os institutos de indulto – em 1969. Quarenta anos, meu caro. Uma influencia que ainda deixa marcas. Ele nos tratava como cogumelos: nos deixava no escuro e só nos alimentava com detritos, i.e., ensinava assuntos sem importância (arte no Renascimento, a conquista do México, o coralzinho, etc,etc). Assuntos importantes, como os novos ritos de ordenação dos padres e sagração dos bispos, a linhagem Thuc, a vacância da Sé Romana, o Missal de 62, etc, ele silenciava. Um dos muito alunos que deixaram OF dizia que, no final, importante era o que ele não ensinava nas aulas.
Outro, disse-me que aprendeu mais em três anos, depois de deixar a Montfort, do que aprendeu em 30 anos sob o tacão de Fedeli. Nos últimos tempos -2005/2006-, comecei a perceber as contradições e o modernismo do “professor” OF. Ele era um modernista sutil, disfarçado de tradicionalista. Mas a mentira tem perna curta. Vide a surra que ele levou do padre Danjou, da Fraternidade, no caso dos tais tribunais. Passei a estudar mais e percebi que ele havia feito algum acordo com a seita conciliar. Hoje, o ecumênico cardeal de São Paulo, Odilo Scherer, comparece no minguado congresso da Montfort (depois de ir ao mosteiro budista, colocar os paramentos budistas e pôr flores na estátua de Buda…).
Sim, descobri que estava sendo enganado, passei a ler São Roberto Bellarmino, Luigi Villa, Don Putti (SiSiNoNo), os trabalhos de Arai Daniele, Cekada, Ceriani, etc, passei a frequentar sites como ChiesaViva, CatolicosAlerta, Radio Cristiandad, Radio Spada, Agerecontra, Maurizio Blondet, etc. Sites que, ao contrário do que se alega, não são malucos, mas bem documentados e equilibrados, e que recebem os leitores – mesmo os modernistas – com toda educação e atenção. Recomendo.
Recomendo também, e com ênfase o site do CMRI (cmri.org), do qual traduzi ao português alguns artigos, inclusive um esclarecedor trecho do livro De Romano Pontifice. Coloco a disposição do prezado , e do Thiago, é só me mandar o email que remeto.
Sim, sou sedevacantista.
O sedevacantismo não é cismático ou lunático, mas é uma posição teológica respeitável, segundo São Roberto Belarmino.
E hoje, a única que explica a situação da Igreja Católica.
Obrigado Carlos também por me comparar com colegas católicos tão ilustres – dos quais até agora só tive o prazer de conhecer o Felipe Coelho, um verdadeiro intelectual – que são todos muito combativos, operosos e não tem os meus defeitos.
Enfim, por falar em Felipe Coelho, o Felipe traduziu o excepcional livro do Padre irlandes James Luke Meagher (distinguido por Leão XIII com o título de Doutor) sobre como Jesus Cristo criou a Primeira Missa. Um trabalho de vulto. A tradução foi possível graças a generosidade de Emilio Scherer, de São Paulo. Confiram:
https://ia801500.us.archive. org/23/items/meagher-missa/ MEAGHER-1908__PRIMEIRA-MISSA__ PortBr-verbatim__2ed_ fir00meag__.pdf
Obrigado, Carlos, pela lembrança tão oportuna.
Thiago, logo lhe respondo, obrigado pela paciencia.
Um abraço a todos.
Roberto, esse link que você postou não está levando a nenhuma obra. Você não teria um link já com a tradução, até para divulgarmos?
Embora eu não gostasse nem um pouco do estilo de Felipe Coelho e nem adotasse a posição dele – que considero esdrúxula até dentro do sedevacantismo – fui um dos poucos a explicitar o lamento pela retirada de seu site do ar:
https://apologetica.net.br/2017/03/23/fim-acies-ordinata/
Roberto, saudações.
Não esperava a resposta pacífica; por provocador que fui, queria colocar Thiago a par da situação. Como já ficou claro, não temos intolerância contra o sedevacantismo, conquanto não concordemos com ele, mas eu não via razão de ser nessa provocação e discussão sobre o Missal de 62 (pois se Roncali não foi Papa, esse Missal não é apenas ruim; ele “não existe”, não foi promulgado, é ilegítimo, etc.).
Pelo que sei, o prazo de comentários no Fratres In Unum é de apenas 15 dias a partir da postagem original.
Não conheci o Prof. Fedeli pessoalmente, mas devo minha conversão à graça de Deus e, depois, aos textos do prof. em seu sítio virtual – à época dos mencionados comentários no Fratres In Unum.
Tenho interesse no trecho de São Belarmino: [e-mail retirado por motivos de segurança]
E consegui acessar a tradução do livro do Pe Meagher, retirando todos os espaços do endereço; obrigado.
No mais, eu teria outros comentários e perguntas a fazer, mas acho que faria mais sentido na postagem sobre o sedevacantismo que Thiago já citou:
https://apologetica.net.br/2010/04/21/catecismo-sedevacantismo/
Se puder, leia-o e faça alguma contribuição à discussão; de lá continuamos.
Abraços.
Eu ainda não consegui acessar.
Veja esse:
Clique para acessar o MEAGHER-1908__PRIMEIRA-MISSA__PortBr-verbatim__2ed_fir00meag__.pdf
Agora funcionou! Obrigado, Carlos.
Clique para acessar o MEAGHER-1908__PRIMEIRA-MISSA__PortBr-verbatim__2ed_fir00meag__.pdf
O trecho de São Belarmino (de De Romano Pontifice) que Roberto Elias traduziu se encontra aqui (está em inglês, não latim):
http://www.cmri.org/02-bellarmine-roman-pontiff.html
Eu e meu marido uma época assistimos missa no Priorado da Fraternidade Sao Pio X em São Paulo. Notamos que aos domingos a missa era mais curta e diferente da rezada na semana, a tradicional. Dizem que é para fazer média com a cúria. Estava interessada em saber mais sobre esse missal de 1962, mas parece que o Roberto Elias abandonou o post. Pudera, no lugar dele eu também iria embora. A falta de educação e a intolerancia do dono do blog Thiago são lamentáveis, uma vergonha. Já que o outro não está aí para mostrar os defeitos dessa missa, Thiago deve mostrar as qualidades, até agora não ví nenhuma. Se possível com boas maneiras.
Mostre a falta de educação e intolerância… Você não faz a menor ideia sobre o que fala, a começar pelo fato de achar que há alguma diferença essencial entre o rito da Missa celebrado pela FSSPX durante a semana e no domingo; provavelmente você foi numa Missa cantada num dia de semana e numa rezada no dia de domingo, e nas duas as rubricas usadas eram as de 1962.
Sr.a Frederica, o Sr. Roberto Elias não continuou o debate por falta de tempo, tendo me enviado a prometida tradução do sítio do CMRI e o estudo do Pe. Ceriani – “Não deu tempo para mandar o link à Apologetica, muitos deveres e pouco tempo.”, ele me disse.
Mas a sr.a também pode encontrar tal estudo na rede mundial de computadores, procurando por: Misal de San Pio V y Misal de Juan XXIII (P. Juan Carlos Ceriani).
Seria recomendável reconhecer quais eram essas diferenças (se ilícitas ou se contempladas nas próprias rubricas), para inclusive entender melhor a defesa do Missal (como no texto presente de Michael Davies) e sua crítica (como a do Pe. Ceriani).
A sra. Frederica está correta. Também ouvi dizer que no priorado da Fraternidade em S. Paulo se rezava o missal de 62 aos domingos, e o de S. Pio V nos dias de semana. O fato do sr. Thiago ter insinuado que eu seria um “doutor da igreja” e “católico da internet sem experiencia concreta”, não é motivo para que abandone um debate já ganho. Como o sr. Thiago Santos de Moraes não considera ofensivas tais insinuações, não vai se melindrar se eu lhe disser que se esmerou no auto-retrato.
Encaminhei ao sr. Carlos Ribeiro três livros, todos na íntegra: o de John Daly sobre Michael Davies, o do Padre Ceriani sobre o Missal de 62 e o “Misterio de Iniquidad”, além da tradução em português do texto de S. Roberto Bellarmino sobre a possibilidade de um herege ser papa. Não são textos fáceis de encontrar, e se alguém precisar, acredito que o sr. Carlos Ribeiro irá generosamente compartilhar esses documentos.
Devo en passant anotar a surpreendente afirmação do sr. Thiago de que “a invalidez das ordenações paulinas é uma tolice”. Dom Marcel Lefebvre, que não pode ser acusado de tolo, ao receber na Fraternidade São Pio X padres ordenados no rito de 1969, em regra exigia a re-ordenação no rito antigo. Vários teólogos de renome, como o Ir. Ansgar Santogrossi, o Pe. Pierre-Marie de Kergorlay e o Pe. Álvaro Calderón, já tentaram provar a validade desses ritos de Montini, sem sucesso. Até hoje, ninguém conseguiu refutar o Padre Anthony Cekada, a equipe do Rore Sanctifica, etc. Até o Michael Davies, na 1ª edição do livro “The Order of Melchisedek” admitiu que os ritos de Montini eram identicos aos ritos anglicanos (depois Davies mudou de opinião…) Se a afirmação do Sr. Thiago Santos de Moraes foi a sério, deve nos mostrar os motivos que lhe permitem afirmar a validade dos novos ritos de Montini. Para nossa instrução e para que se possa ver onde está a tolice.
O fato de que Michael Davies defendia o missal de 1962 só o torna ainda mais suspeito. No artigo deste post, Davies confessa que a reforma litúrgica tinha começado bem antes de 1965, mas curiosamente fala pouco sobre o missal de 62. Cuida mais das modificações de 1965 , porém reconhecendo ambas – a de 62 e a de 65 – tendentes à missa de Montini. O que contradiz sua afirmação de que ele seria “firme como uma rocha”. Na verdade, até o próprio Davies admite que ele foi o precedente que possibilitou a missa novus ordo.
No bem documentado livro de John Daly, que Michael Davies em vida se negou a responder, mostra-se, entre outras coisas, que Davies: não defende o Missal de São Pio V, ofende Nossa Senhora, falsifica dados, tem idéias não ortodoxas, evita criticar os erros conciliares, etc, etc e ETC…Numa edição do “The Remnant”, Davies afirmou que os judeus que seguem a lei mosaica podem se salvar…Em suma, Michael Davies não é católico sério, mas um pseudo-tradicionalista, modernista mal-disfarçado e contraditório. Um autor não confiável.
Como o sr. Thiago Santos de Moraes afirma que essa análise de John Daly é “bem fraquinha”, a exposição das razões desse seu entendimento se impõe. Tarefa que irá requerer mínimo dispêndio de tempo e esforço intelectual, já que a obra de Daly
segundo ele, repito, seria “bem fraquinha”. Será interessante ver os motivos que o levam a defender Michael Davies das acusações das quais o próprio Davies, apesar de instado por seus próprios seguidores, nunca quis (ou pôde…) se defender.
Para não alongar, no próximo comentário entrarei na análise do Missal de Roncali, começando pelos seus autores, os modernistas Bugnini, Antonelo e Roncali, esperando terminar falando sobre seus frutos, “tantos que não se podem enumerar”…
Não, ela não está correta. O que vocês ouviram está errado. Simples assim. Não existe diferença entre o Missal de São Pio X e o de São Pio V (a não ser que vocês estejam querendo dizer que a FSSPX usa as rubricas de Leão XIII, mas isso não é verdade). Não saber essa simples diferença e querer se arvorar num julgador da validade dos sacramentos da Igreja é um exemplo claro do “catolicismo de internet”.
A suposta invalidade das ordenações paulinas é sim uma tolice, repetida por quem não compreende nada sobre a Teologia Sacramental. Ao invés de ficar lendo textos de extremistas, sugiro que o Sr. leia uma obra clássica sobre o assunto: O Mistério dos Sacramentos, do Mons. Teixeira Leite Penido. Ali estão os princípios que vão lhe ajudar a não cair nesse terrível erro novamente.
O que D. Lefebvra fazia ou deixa de fazer não é referência para um debate teológico (poderia ser no campo pastoral). Contudo, se ele agiu como você diz, não foi sempre (e críticos como Cekada dizem isso), de modo que o problema não era com os ritos em si.
Michael Davies defender o Missal de 62 não o torna suspeito de nada; a não ser na sua cabeça. Dobre a língua ao falar de alguém que fez mais pela resistência à crise pós-conciliar do que você fará em toda a sua vida. E ele não diz que as rubricas de 62 tendem à Missa paulina (eu poderia até conceder que, talvez noutro texto, ele tenha dito que o espírito de mudanças abriu caminho para o Rito Novo ao quebrar “tabus”, mas não no que está acima), pelo contrário, afirma que nelas temos a “Missa de sempre”, afirma que nelas nenhum católico de rito latino de outra era histórica ficaria desconfortável.
E mais, se Michael Davies tivesse cometido qualquer erro que seja noutro contexto – e na obra de “Dalynho” não há nada que me convença disso-, o me interessa é o argumento do texto traduzido neste post. Ele vale por si mesmo e me convence; se não te convence, paciência.
Por não conseguir distinguir uma missa que não assisti, de um missal que não existe, o Sr. Tiago Santos de Moraes me classifica como “católico da internet”…. Esse absurdo não merece comentário, pois carece de nexo lógico. Além disso, São Pio X jamais codificou um Missal. Apenas prolatou a constituição Apostólica Divino Afflatu (https://w2.vatican.va/content/pius-x/la/apost_constitutions/documents/hf_p-x_apc_19111101_divino-afflatu.pdf), que altera o Saltério. Com repercussão na Missa, é verdade, mas de forma acessória, sem alterar-lhe a substancia. Nunca criou um novo missal. O tal “Missal de São Pio X” só existe na imaginação do sr. Tiago Santos de Moraes.
Mas as originalidades não param por aí.
Vem ainda afirmar que o fato de Dom Lefebvre considerar inválidas as ordenações sacerdotais do rito de Montini, por ser “pastoral”, não poderia servir de exemplo. Ora, tal raciocínio desmerece estatuto de coisa séria. Como é de sabença geral, tôda a atuação episcopal é, latu sensu, pastoral, e sempre se funda em princípios teológicos. Sempre tem um fundamento doutrinário, como é óbvio. É o caso: dom Lefebvre reconhecia a invalidez dos ritos de Montini em razão de sérios argumentos doutrinários, seguindo bem definidos princípios teológicos sobre os sacramentos. Assim, o exemplo de Dom Lefebvre não é apenas válido, mas contundente e atual. Mesmo após sua morte, o bispo Tissier de Mallerais, da FSSPX, continuou a considerar a invalidez desses ritos, vide
http://laportelatine.org/mediatheque/sermonsecrits/tissier_160629_econe/tissier_160629_econe.php
e
http://www.catolicosalerta.com.ar/fraternidadspx/mons-tissier-habla-sobre-la-invalidez-de-las-ordenes-conciliares.html.
Esses dois bispos, exemplos notáveis de moderação e serenidade, não podem ser acoimados de “extremados”.
Eu lí o livro do Padre Penido. Não é verdade que ele refute a tese da invalidez dos ritos de Montini. Foi editado em 1961, e as reformas nos sacramentos de Montini datam de 1969. Outro equívoco de sr Tiago. O qual parece não ter lido o livro que me recomendou. Se tivesse lido, veria que o Padre Penido na verdade reconhece a possibilidade de invalidez sacramental, que chama de “rito vazio”. Mesmo não sendo “uma obra clássica sobre o assunto”, mas trabalho superficial (apenas arranha a questão das nulidades sacramentais, de maneira oblíqua e muitíssimo ligeira, sem sequer nomea-la) nela o Padre Penido, à página 334, no Capítulo I: A Ordem Sacramental , DIZ O SEGUINTE:
“Vemos pois que embora a sua natureza diversa, coisas e palavras se podem unir quando as consideramos precisamente como sinais, elementos significativos e complementares, uns ‘determináveis’ e outros ‘determinantes’. Da conjunção de ambos, surge um sinal sensível plenamente constituído quanto a seu valor de significação. E por ser êste sinal algo composto, torna-se imprescindível que nenhuma mudança venha modificar a “forma” ou a “matéria”, ou ambas, de modo a variar-lhe a significação.18 Por exemplo: quem batizasse com leite ou omitindo a invocação, da Trindade, conferiría, em vez de um Sacramento, um rito vazio.” (18 – Cf. D. 931. — E’ o que se chama, em têrmos técnicos, mudança “‘substancial’ do rito sagrado.)
Ou seja, o Padre Penido CONTRADIZ a AFIRMAÇÃO do sr. Tiago, ao admitir a possibilidade da invalidez de uma sacramento. Que seria apenas um “rito vazio” se alterada sua forma ou matéria. É o que se afirma quanto aos ritos de Montini. Assim o livro que indicou me autoriza manter a afirmação de que os ritos de Montini são inválidos. A Teologia Moral ensina que um sacramento duvidoso deve ser tido como inválido. Vide ainda o que Pio XII estabeleceu na “Sacramentum Ordinis”. Os ritos de 1969 mudaram e suprimiram as palavras chaves das fórmulas sacramentais, havendo sérias úvidas se conferem poder. Logo, havendo dúvidas sobre a validade desses sacramentos, eles devem ser considerados nulos.
Até o Michael Davies, insuspeito de ser extremado…, num “intervalo ortodoxo” considerava inválidos esses ritos de Montini:
“If the new Catholic rite is considered satisfatory, then the entire case put by Apostolicae Curae is undermined, particulary with regard to the Anglican rite in its 1662 version containing the additional words “for the office and work of a priest”. If the new Catholic rite, shorn of any mandatory prayer signifying the essential powers of priesthood, is valid, them there seems no reason why the 1662 Anglican rite should not be valid too.” (MICHAEL DAVIES, “THE ORDER OF MELCHISEDECH”, págs 97-98.)
Portanto, os fatos mostram que não é tolice considerar inválidos os ritos de Montini. Enfim, não posso acolher a “caridosa” sugestão de Tiago para dobrar a língua. Cuidando-se de Michael Davies, dobrar a língua é pouco, devo triplicar a língua. Pois há muito mais para se revelar sobre Michael Davies. Longe de ser um defensor da resistencia católica, Davies foi um defensor ardoroso do Concílio Vaticano II e de suas heresias. É ele mesmo quem o afirma, vide pág. 214 de seu livro Pope John’s Council.
Portanto, continuam de pé as conclusões que o autor John Daly chegou sobre Michael Davies. Que são menos que elogiosas mas bem documentadas:
“As conclusões alcançadas nesta Avaliação são de que Mr. Davies é um desavergonhado provedor de falsa doutrina, algumas vezes chegando até a heresia; intensamente ignorante mesmo em muitos pontos elementares de teologia assim como em matérias de fato historico e comum conhecimento Católico; não infrequentemente culpado de completa desonestidade; um execravel erudito; arrogante e tolo; uma fonte de grandes escandalos e, enfim, uma completa desgraça para o nome Catolico. Naturalmente, estas conclusões estão longe de serem agradáveis. Minha única justificação em demonstra-las é que elas são inescapávelmente verdadeiras, e minha justificação em publica-las é que o bem das almas exige que tão grande fonte de perigo seja exposta tão públicamente quanto possível.” (Daly, Michael Davies, p. XV, tradução minha)
Só alguém mal informado pode afirmar que Davies defendia a resistencia católica.
Só alguém fora das realidade, de qualquer senso de proporção, pode afirmar o contrário.
E as conclusões de Daly, um inútil, são as conclusões de Daly. Devem significar algo para o Sr. ou para ele mesmo, mas a mim nada dizem. E nada dizem também a quase todas as pessoas ligadas à resistência católica. As opiniões dele são marginais, assim como marginal ou insignificante são os frutos delas. Já os frutos das ações de Davies estão aí para o bem das almas.
E novamente você erra por fazer leituras incompletas do quadro. Se Michael Davies tinha alguma dúvida em relação aos ritos derivados da reforma dos anos 60, isso certamente não perdurou, já que ele sempre reconheceu a Igreja como Igreja. Contudo, não acredito nem que isso tenha se dado, pois o trecho que você citou, onde ele fala da Apostolicae Curae, está mal interpretado. Esse documento de Leão XIII se refere aos ordinais anglicanos de 1550 e 1552, que fizeram a Igreja cismática da Inglaterra perder as sucessão apostólica; depois disso foi gestado o ordinal de 1662, que embora seja insatisfatório do ponto de vista da didática, com os acréscimos que recebeu, em si mesmo, poderia ter mantido a sucessão (o problema é que ela já tinha se perdido). Ou seja, nesse trecho Davies fala do que é melhor, não do que é necessário.
Não falei em nenhum momento que o livro do Pe. Penido refutava o erro de se dizer que os sacramento paulinos são inválidos. O que disse, e volto a afirmar, é que ele ensina a reta doutrina com a profundidade necessária para que ninguém caia em tal besteirol. Novamente sua incrível prepotência, que só pode ser derivada dos anos de convivência com os malucos da Montfort, lhe faz dizer que a obra do Pe. Penido é superficial, mas, ao mesmo tempo você comete um erro grasso ao lê-la: seu entendimento sobre o que ele explica sobre determinável e determinante foi zero. O rito é vazio quando se altera a relação entre o determinável (matéria) e o determinante (forma), não quando simplesmente se altera a exteriorização deles; ou seja, nos sacramentos em que o próprio Senhor não deixou a exteriorização explícita (Batismo e Eucaristia), a Igreja pode mudá-la, contanto que a relação de significação seja mantida. Foi isso que Pio XII, para alguns pelo menos, fez no que se refere à Ordem; ele poderia ter feito mais, como, por exemplo, trocar a imposição de mãos por um sopro ou outra ação igualmente apropriada. Essas variações são acidentais (leia a p. 428 para aprofundar).
E eu não afirmei que há um “Missal de São Pio X” coisa nenhuma. Vou me citar:
“Não existe diferença entre o Missal de São Pio X e o de São Pio V (a não ser que vocês estejam querendo dizer que a FSSPX usa as rubricas de Leão XIII, mas isso não é verdade). Não saber essa simples diferença e querer se arvorar num julgador da validade dos sacramentos da Igreja é um exemplo claro do “catolicismo de internet”.”
Será que dá para ler agora o que foi escrito, ou o Sr. vai continuar a ver só aquilo que quer?
E se você quer considerar D. Lefebvre, ou D. Tissier, ou quem quer que seja referência doutrinária, seja feliz nas suas opções. Eu não considero, até porque podemos encontrar afirmações de D. Lefebvre para todos os gostos… Para mim eles não são referência nesse tipo de coisa e ponto final; argumento de autoridade chamando-os ao debate não me move. Um estudo científico, poderia me mover, mas eu não acho que isso seja o tipo de coisa que o Sr. leia.
Roberto Elias, seus últimos dois comentários não serão aceitos. Mude o disco, ou procure outro palco para seu catolicismo de internet pós-fedélico.
Será que o Ribeiro poderia me enviar cópia do livro do Padre Ceriani? Eu mandei email para o endereço dele mas retornaram. Desde já agradeço.
Meu email: [e-mail retirado por motivos de segurança]
Enviei-lho no último dia 13.
Em tempo: Thiago, acho que agora você pode editar nossos comentários e excluir os endereços eletrônicos.
Feito.
Agradeço ao Carlos Ribeiro a remessa do trabalho do padre Ceriani. No email que recebi constava o email do Roberto Elias, ao qual pedi os demais livros. Ele me mandou, assim como os dois comentários sobre o Missal de 1962, que não foram publicados. Achei que esses comentários são muito convincentes, e não vejo motivo para terem sido censurados. Ele também me falou que se eu escrevesse ao apologetica, minha carta seria censurada, como foram seus comentários posteriores. É uma vergonha censurar aquilo que não se consegue responder. É um ato de covardia esconder o que não se consegue refutar. E se não publicarem, vou mandar para o Fratresinunum e os demais blogs que frequento, para que vejam qual é a honestidade da “apologetica”.
Quem decide o que é publicado aqui sou eu, e não julgo os comentários dele pertinentes. NÃO VOU PUBLICAR E TAMBÉM NÃO VOU PUBLICAR MAIS NENHUM SEU OU DE SUA TRUPE, e mande-os para onde quiser.
O Sr. Roberto Elias Costa está ameaçando me processar civil e criminalmente por eu ter dito que ele tem “uma mente desocupada”, pois isso configuraria uma espécie de ofensa pessoal. Sendo assim, peço desculpas pela citada expressão, reconhecendo que apesar de considerar os comentários do Sr. Roberto deslocados, eles, por si sós, não podem levar à inferência postada, sendo ela um excesso deselegante.