Entre as várias efemérides que essa quarentena tem trazido à minha mente (como a de meu bisavô ter vivido algo semelhante, em 1918, com a gripe espanhola), hoje veio a do genocídio armênio, o primeiro genocídio do sangrento século XX. Embora não seja tão lembrado quanto o dos judeus, esse massacre provocou a morte de 1,5 milhão de pessoas e foi motivado pelo ódio religioso e pelo romantismo nacionalista (que difere do patriotismo, uma virtude).
De fato, 105 anos atrás os impérios multinacionais, que marcaram boa parte da história humana, já eram vistos como relíquias e relíquias que punham em risco o futuro da nação dominante. Não é de admirar que a I Guerra tenha varrido o Império Otomano, o Austro-húngaro e o Russo. No caso do primeiro, o impulso nacionalista se misturou com a agressividade característica do maometanismo e promoveu a perseguição aos cristãos armênios (a Turquia moderna, nascida nesse caldo, nega o genocídio até hoje).
No intuito de não deixar a data passar, preparei a seguinte galeria:
Apologética Católica 
8 respostas em “Rememorando o genocídio armênio”
Eram todos cristãos?
Sim, eram cristãos, de etnia armênia, e, como tais, deviam pertencer a uma das três igrejas desse povo: a ortodoxa (pré-calcedoniana), a católica (em comunhão com Roma) e a reformada (uma espécie de protestantismo local).
Mas sob um entendimento católico romano ñ seriam cristãos somente os católicos romanos?
Sim, seriam, mas aqui a classificação não está dada no sentido teológico, mas no sociológico, isto é, para quem os perseguiu eram cristãos todos que acreditavam em Cristo.
Entendi uma relativização no seu argumento, me lembra alguns protestantes arminianos e calvinistas que se unem para refutar o Catolicismo Romano embora tenham visões diferentes. E um católico apostólico romano deveria se considerar como único cristão tanto teologicamente quanto sociologicamente falando.
Talvez penso eu os sedevacantistas nesse ponto devam ser mais coerentes.
A Igreja não define conceitos sociológicos, meu caro. Então, não há relativização alguma. Lembre que o catolicismo não rejeita o conhecimento científico e sabe lidar com as nuances dele, em especial porque sabe o lugar de cada coisa, ou seja, o uso de um conceito diferente do que vem a ser cristão, num contexto em que ele faz sentido, não relativiza em nada a fé. Seja mais inteligente e saia de sua bolha 😉
Eu escrevi sobre a relação entre o Catolicismo Romano e o Protestantismo e o Catolicismo Ortodoxa ñ citei a Ciência. Teologicamente ambos ñ são cristãos de acordo com o Catolicismo Romano portanto vocês tem que evangeliza-los. Na Idade Média a Igreja não participava mais da vida social das pessoas? Não eram comuns debates ou seja mais interação com o povo?
Você aceita a RCC? Tem os que aceitam e outros não? Cadê a unidade católica? Sedevacantes ñ aceitam o Papa Francisco e outros e nem Concilio Vaticano II eles na sua opinião são católicos?
Na medida em que você quer que conceitos teológicos adentrem no campo sociológico, você cita a ciência sim, cita duas ciências, a sociologia e a teologia, e não respeita o que é próprio de cada uma. Suas outras perguntas revelam que você está com uma confusão muito grande no campo das ideias e eu sugiro muita calma e humildade no aprendizado; além disso, você parece ter uma tendência de reduzir a categorias teóricas a complexidade da realidade – muito cuidado com isso. Colocar cada coisa no seu lugar ajuda a analisar os fenômenos e não impede o dever de evangelizar.
Para lhe ajudar a refletir sobre as perguntas que você faz (e que não vou responder diretamente porque elas não se relacionam com o post), sugiro a leituras desses textos: