Hoje, último dia do mês do Rosário, pretendo iniciar uma série de 4 postagens, que deve se estender até o fim de janeiro do próximo ano, sobre a inserção dos Mistérios Luminosos nessa tradicional prática devocional católica. Os posts terão um nível crescente de complexidade, de modo que neste só pretendo apresentar alguns princípios limitadores da reflexão em torno do tema.
Bem, logo depois que o Papa João Paulo II lançou sua Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae em 2002, embora eu tivesse atentado para o fato de que ele não tornava obrigatória a inserção dos Mistérios Luminosos, acolhi com entusiasmo esse ponto, considerando natural que as pessoas concretizassem o que foi proposto e que o todo o movimento nesse sentido, com o passar dos anos, tornaria obrigatória a mudança, como uma lei consuetudinária. Via nisso uma espécie de desenvolvimento orgânico, pois, no fim das contas, o conteúdo dos tais mistérios já tinha sido pensado por São Luís Maria Grignion de Montfort no seu Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem (dentro das meditações das Ave Marias do 5º Mistério Gozoso).
Hoje em dia considero que essa perspectiva está não só equivocada, como é a causa de uma série de problemas que enfrentamos na Igreja e no mundo. O porquê disso só ficará claro no final desta série, mas, certamente, o tipo de crítica que se fez à época, muito passional, não tinha a menor condição de fazer frente a políticas como a da Opus Dei que, um dia depois do citado documento pontifício, tornou obrigatória recitação dos Mistérios Luminosos para os seus membros e, consequentemente, estes passaram a ensinar desse modo (em especial nas suas publicações).