Apresento aos leitores a Pastoral Coletiva da Igreja no Brasil de 1915, conformada ao Código de Direito Canônico de 1917 e o Concílio Plenário Brasileiro.
Categoria: Pastoral
Anos atrás me deparei com alguns textos e vídeos, geralmente vindos de grupos “tradicionalistas”, criticando a educação do imaginário no modelo pleiteado por Olavo de Carvalho e pensadores semelhantes que, incrivelmente, resvalavam em críticas sobre Tolkien e sua obra. Nunca tive paciência para lê-los totalmente ou para ver tais vídeos, pois a postura ao mesmo tempo tosca e pedante de quem os publicava era-me nauseante. O erro deles é óbvio, mas eu nunca tinha parado para racionalizar uma crítica; então, ao me deparar com um post no FB do confrade Sérgio Meneses, li um texto que caiu como uma luva sobre o que penso e, assim, resolvi publicá-lo aqui:

Esse desprezo de alguns no meio católico tradicional pela simples menção da ideia de uma “educação do imaginário” é bem ridículo, além de ser uma fábrica de analfabetos pretensiosos. É irônico e engraçado que às vezes citem Santa Tereza dizendo que “a imaginação é a louca da casa”, sem perceber que é justamente por isso que ela precisa ser educada… Sem um imaginário cultivado pela grande literatura, dificilmente se chega a compreender com mais profundidade os grandes temas da Sagrada Escritura, como aliás mostra São Jerônimo em seus comentários ao Antigo Testamento, repletos de analogias com os mitos pagãos. A “educação do imaginário” por meio da literatura latina permeou toda a educação medieval (cf. E. R. Curtius) e todos os escolásticos passaram anos estudando Virgílio, Ovídio e Lucano antes de começarem a estudar filosofia. Essa postura de “incultura militante” de católicos apuritanados é o exato oposto da atitude que os primeiros dezesseis séculos de cristianismo tiveram frente à literatura e ao cultivo do imaginário.
Uma das características mais marcantes no legalismo servil juvenil católico é o da vaidade intelectual repleta de leituras teológicas sem real entendimento, somada à patente ausência das virtudes da prudência e da justiça.
Reclamam da frase lefebvriana “Roma perdeu a Fé” como se ela significasse uma heresia formal (uma afirmação forte contra a indefectibilidade da Sé Petrina) e não um grito de angústia diante da autodemolição e da negligência e mau-exemplo dos papas, e são incapazes de perceber a absurdidade teológica do novo ofertório (humanista integral e alheio à estrutura tradicional do Rito da Missa) e da nova direção do culto (idem), do Encontro de Assis, da Pachamama no Vaticano, de Amoris Laetitia, de Fratelli Tutti…
Em todas essas coisas não há qualquer rastro da Fé católica.
A única apologética justa e esperançosa é dizer que, apesar desses escândalos, existe algum mistério que nos escapa, e não acusar o que percebe a ausência de Fé.
Rezemos pela Igreja, pelo Papa, e para que os fiéis sejamos humildes diante do que nos sobrepassa, sem justificar o mal.
– Joathas Bello, no FB
Baseado no hino The King of Love My Shepherd Is, de São Columba.
Seguindo a maioria do episcopado do mundo, meu arcebispo resolveu optar pela “paz litúrgica” e manter as atividades do Coetus de Recife como já são. Vale o registro que D. Fernando sempre nos apoiou quando precisamos.
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