
Ano: 2018
Recentemente ouvi de uma pessoa bem atuante na vida eclesial aquelas frases velhas como uma viagem de LSD dos anos 70:
– Não, não… tudo está melhor desde a “reforma” da liturgia e desde que paramos com o legalismo e a doutrinação fria em respeito ao espírito do Concílio. Não… tudo está melhor mesmo… você, por acaso, fala latim?
Não resisti e mostrei o seguinte vídeo de uma procissão de Corpus Christi na cidade de Colônia, completamente destruída pelos bombardeios da Segunda Guerra, em 1947:
Aí tive de concluir com ironia:
– É isso mesmo… nada se compara com hoje! Que igreja vibrante e fiel nós temos agora! Os seminários estão cheios, os conventos estão lotados, as filas de confissão são longas. Há tantas escolas e hospitais sendo construídos. E tente contar os casamentos e os batismos! Bem! Eu quero dizer … uau … certo?
“Antiengenharia” da santidade
– Vamos lá! De que maneira, meu caro companheiro, se origina a tirania? Pois é quase evidente que provém de uma alteração da democracia.
– É evidente.
– Acaso não é mais ou menos do mesmo modo que a democracia se forma a partir da oligarquia, que a tirania surge da democracia?
– Como?
– O bem que propunham, e pelo qual se estabelecia a oligarquia, era a riqueza. Ou não?
– Era.
– Ora foi a cobiça da riqueza e a negligência do resto, para conseguir dinheiro, que a deitou a perder.
– É verdade.
– Porventura não é a ambição daquilo que a democracia assinala como o bem supremo a causa da sua dissolução?
– Quem bem é esse que dizes?
– A liberdade. É o que ouvirás proclamar num Estado democrático como sendo a coisa mais bela que possui, e que, por isso, quem é livre de nascimento só nesse deve morar.
O que é democracia
Miguel Ayuso Torres, jurista católico espanhol (carlista), comenta sobre os elementos perigosos e ocultos que estão por trás da democracia moderna ao fazer uma esquecida diferenciação entre a democracia como forma de governo e como fundamento do governo. Tradução do Conde.
Comemorando o dia em que o Motu Proprio Summorum Pontificum entrou em vigor (14 de setembro de 2007) publicamos hoje um texto do New Liturgical Movement, traduzido por Cláudio e revisado e adaptado por Thiago.
Liturgistas progressistas – isto é, todo o establishment durante e depois do Vaticano II, com poucas e notáveis excessões – parecem cometer um erro elementar nas suas opiniões, resvalando no mesmo problema encontrado na crítica bíblica liberal.
Quando os liturgistas escavam a fundo a história dos ritos, eles descobrem muitas mudanças, desenvolvimentos, variações e, aparentemente, eventos inesperados (afinal, você não sabe, mas foi por causa de Carlos Magno que o rito romano substituiu o galicano e assimilou muitos dos seus elementos). Até aí, tudo bem. Mas então eles fazem uma injustificada afirmação: além da “Era de Ouro” do trabalho Apostólico, não devemos reverência a nenhum estágio posterior de desenvolvimento dos nossos ritos litúrgicos. Por exemplo, pelo fato das características barrocas e medievais da liturgia romana terem resultado de acidentes históricos, elas são vistas como passíveis de serem expurgadas pelos cognoscenti, isto é, por aqueles que sabem melhor o que o nosso contexto histórico atual exige.
O liberalismo, segundo a ótica do jurista católico espanhol Miguel Ayuso Torres (um carlista). Imperdível! As legendas são do Conde.
