Ano: 2016
Apreensões e Esperanças
Para o homem de fé, as linhas-mestras da História são traçadas segundo critério claro e luminoso: o que foi feito da Igreja Católica e da Civilização Cristã no curso deste milênio, deste século, deste ano? O que será de uma e de outra no porvir?
E, no plano temporal, análogas interrogações se apresentam consecutivamente ao espírito: o que foi feito do Brasil, nesta metade de milênio inaugurada pela chegada à nossa terra das naus da Ordem de Cristo, comandadas por Pedro Álvares Cabral? Do nosso grande e querido Brasil, envolto hoje em nebulosa mescla de caos e de confusão, de progresso e de carência?
Quer na sublime noite de Natal, quer na noite da passagem do ano, carregada de apreensões e de esperanças, depositemos todos os nossos anseios aos pés do Menino-Deus, que sorri misericordioso sob os olhares enlevados de Maria e José. E Lhes supliquemos que os dias vindouros conheçam, pela graça de Deus, regenerações transfiguradoras e, assim, a moralidade geral, hoje em catastrófica decadência, se reerga ao suave e vitorioso bafejo da fé.
Que a Santa Igreja se desvencilhe por fim da crise dramática em que vive nestes dias de confusão e de angustia, e que seja reconhecida por todos os povos com a única Igreja verdadeira do único Deus verdadeiro, como inspiradora e Mãe de todo bem espiritual e temporal. E que, abrindo cada homem a Ela o seu coração, Ela ilumine com esplendor solar todos os indivíduos, as famílias, as instituições e as nações.
– Plínio Corrêa de Oliveira (trecho da última mensagem de 1994)
Nossos futuros padres
No Catecismo sobre o Sedevacantismo falei sobre os bispos Dolan e Sanborn dos Estados Unidos que coordenam o trabalho num dos melhores seminários que aderem ao sedeprivacionismo, o Most Holy Trinity Seminary, pois bem, sem fazer nenhuma adesão ao que eles pensam, achei interessantíssima a iniciativa de se entrevistar alguns alunos da citada instituição. Nas entrevistas, feitas pelo Padre Despósito, que vou compartilhar abaixo, temos jovens psicologicamente saudáveis, vindos de diferentes contextos (escola pública, família luterana, outros seminários tradicionalistas, família aristocrática, etc), e que defendem suas convicções sem as maluquices que marcam tantos dos ambientes da resistência (uso essa palavra, como fazia nos tempos do Orkut, para designar a resistência aos desmandos pós-conciliares, não ao grupo criado por D. Willianson):
Ninguém toca impunemente no homem, que nasceu do coração de Deus para ser fonte de amor. Não matarás. Quem mata entrega a si próprio nas mãos do Senhor da história e não será apenas maldito na memória dos homens, mas também no julgamento de Deus.
– D. Paulo Evaristo Arns (cerimônia ecumênica em honra de Vladimir Herzog)
OBS 1: Tradborings, sigam o conselho da Imitação: importa saber o que foi dito, não quem o disse.
OBS 2: Na reportagem da Veja de que tirei essa citação foi interessantíssimo perceber o desconforto do redator ao descrever um confronto entre o cardeal Arns e o presidente Médice, pois este último dizia que a Igreja não deveria se meter em assuntos do Estado, coisa com que o redator deve concordar, mas, ao mesmo tempo, ele não pode negar e aprovar o papel dos religiosos no confronto aos exageros da ditadura.
Entrevista do Cardeal Burke à EWTN
A tradição é o caminho