O que dignifica o título de Medianeira de Todas as Graças? O que você achou do último documento pontifício sobre o assunto?
Começo respondendo pelo final: não tenho como escrever nada mais profundo sobre esse tema agora, pois até a metade do mês que vem estarei muito ocupado com os afazeres do trabalho. Obviamente temos um texto super inoportuno de quem parece viver alheio à devoção a Maria Santíssima (o tal Tucho) e que não quis vencer o problema de estar indo contra o que foi afirmado no passado por Santos e Papas…
Sobre o assunto, recomendo sobremaneira a compra da seguinte obra: Maria Medianeira Universal, um tratado em dois volumes do famoso Pe. José Bover, S.J. Ela deve ser o bastante para dirimir qualquer dúvida sobre o tema. Agora, se você não tiver tempo e dinheiro, vou disponibilizar abaixo um resumo feito pelo mesmo autor e um opúsculo de D. Antônio de Castro Mayer:
De um modo super sintético, para não lhe deixar sem resposta, faço minhas as palavras de D. Antônio Costa, bispo de Frederico Westphalen:
O que significa “Medianeira de todas as Graças”?
• Medianeira vem de mediatrix (latim): aquela que está no meio, que intercede ou facilita a comunicação.
• Na teologia católica, Maria é chamada Medianeira porque, por sua cooperação única no plano da salvação (como Mãe do Verbo Encarnado), todas as graças que vêm de Cristo passam, de algum modo, por sua intercessão materna.
• Isso não significa que Maria seja fonte das graças (a fonte é sempre Cristo), mas que Deus quis associá-la à distribuição das graças, em virtude de sua maternidade divina e de sua perfeita união com a vontade de Deus.
A mediação de Maria é participada, subordinada e materna, enquanto a de Cristo é essencial, redentora e única.
Maria é Medianeira de todas as Graças não porque as cria, mas porque Deus quis que todas passassem por suas mãos de Mãe, para que, por meio dela, cheguemos mais facilmente a Jesus.
O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, ao ler uma biografia de D. Bosco, comenta sobre o pontificado de Pio IX e a proclamação do dogma da Imaculada Conceição (“Santo do dia”, 15 de junho de 1973). Uma transcrição desse áudio pode ser encontrada aqui.
Pergunta: Nunca entendi o porquê de os católicos citarem as bodas de Caná (João II, 1-11) para apoiar a eficácia da intercessão de Maria junto a Jesus. Ele fez o que ela pediu, mas só depois de deixar claro que ela não tinha o direito de pedir-lhe: “Mulher, o que tenho eu contigo?” Não resta óbvio que ele jamais pretendeu que Maria tivesse voz em seu ministério?
Resposta: Não segundo o próprio Cristo. Ele explica sua objeção desta forma: “Pois ainda não é chegada a minha hora” [cf. João II, 4]. Ele não diz: “pois tu não tens nada a dizer no meu ministério”; ou: “pois não é teu papel pedir nada a mim”. Ele não está contestando o pedido, mas apenas questionando o momento. Quando chegar a Sua hora, ela pedirá e Ele a atenderá.
E qual é a “hora” de Jesus? Ao longo do Evangelho de João, este termo refere-se, sobretudo, à sua Paixão e Morte. Na verdade, Jesus está dizendo: “Por que intercedeis perante mim? Ainda não é a hora da minha morte salvadora”.
Em outras palavras: a intercessão de Maria (assim como a sua e a minha), extrai toda a sua força do sacrifício de Jesus. A “hora” de Jesus não torna a intercessão de Maria imprópria ou desnecessária; pelo contrário, é a exata base para a intercessão dela.
Observe que, mesmo antes da sua hora, Jesus concedeu o pedido de Maria, transformando água em vinho, bem como atendeu o pedido da mulher cananeia, que perseverou na oração quando Jesus parecia recusar seu pedido a fim de testar-lhe a fé (cf. Mateus 15,21-28).
Fonte: Catholic Answers, This Rock Magazine, 2003; tradução livre: Carlos Martins Nabeto.
A RESPOSTA DE MARIA A UM “CRENTE” RAIVOSO Autor: Fernando Nascimento
Um “crente” ia voltando depois que depositou a metade do salário na conta do seu pastor, ao dobrar uma esquina com Maria barruou.
Disse ele: tu tai cega, num sabe pra onde vai, quase sujasse meu terno, minha bíblia quase cai, arreda da minha frente. Te reprimo Satanás!
Maria disse: meu filho, sou a mãe do Salvador, que em meio a multidão de mim se desencontrou, se o vê queira avisar-me que rogo a teu favor.
O “crente” já foi dizendo: e quem precisa de tu? Já tô salvo, te desprezo que nem faço a Belzebu. Te detesto só de vê esse teu manto azul.
Maria disse: esse ódio que te torna tão ruim foi criado por pastores, mas antes não era assim, o Lutero e o Calvino muito honraram a mim.
Eu não sei que mal te fiz dando ao mundo um Salvador que nos veio ensinar o que de fato é amor. Se meu filho encontrar me avise por favor.
Disse o “crente”: não aviso! Ele te chama “mulher”. Se não te chama de mãe é porque você não é. Agora suma daqui, vá-se embora, dê no pé!
E Maria respondeu pro “crente” cair pra trás: Jesus é “Filho do homem”, -----(Mt 19,28), (Jo 9,36) referindo-se a Deus pai e é filho da “mulher” que desrespeitando estais.
O “crente” ao vê que Jesus se disse “filho do homem”, chamando a mãe de “mulher” os enganos logo somem, foi mudando de assunto para que dele não zombem.
Perguntou: e quantos filhos tivesse além do Messias? Ela respondeu: nenhum, senão comigo estariam procurando por Jesus quando ele se perdia.
E o “crente” percebeu que só Maria e José procuravam por Jesus com 12 anos até. ---------------(Lc 2,41-46) Sem José, Jesus a deu pro filho de Salomé. -----------(Jo 19,27)
O “crente” admitiu: me fizeram confusão, se tivesses outros filhos não ias morar com João, -------(Jo 19,27) e foi mudando de assunto com outra acusação:
Diana era “rainha do céu” para os pagãos, os católicos te chamam assim numa imitação. Disse o “crente”: me explique já essa contradição.
E Maria respondeu: teu pastor te enganou, eu sou “Rainha do céu” porque Deus me coroou, --------(Ap 12, 1,5). a Diana dos pagãos lá no céu nunca pisou...
... O Diabo era chamado de “Estrela da manhã”, ---------(Is 14,12) hoje é Jesus quem é, ------------(Ap 22,16) ou tu achas que é Satã? Deus venceu o paganismo mudando o que era vã.
- O “crente” pilheriou: tu és muito “adorada” na igreja dos católicos, na minha não ganhas nada. E Maria o refutou: apenas sou venerada...-----(Rm 2,10),(Salm 45,17) -----------------------------------ou (Salm 44,18)
... Tu não sabes distinguir o que é adoração. Adora quem queima incenso só a Deus com a oblação. --------(Mal 1,11). A fumaça do incenso leva a Deus a oração... ------------(Ap 8,4)
... E por falar no incenso, cadê o da tua seita??? Esse pedido de Deus por que é que tu rejeitas??? --------(Mal 1,11). Tua oração não sobe e disso tu nem suspeitas.
- O “crente” já foi dizendo pra do assunto fugir: tu não és imaculada como dizem por aí. e Maria respondeu para ao “crente” corrigir:
- Ninguém faz sair o puro do impuro, a bíblia diz. -------------(Jó 14,4) Se eu fosse pecadora Jesus era, e contradiz o que diz as Escrituras, veja o quanto és infeliz...
... Se eu fosse pecadora não era “cheia de graça”, ---------(Lc 1,28) “bendita entre as mulheres” ------(Lc 1,42) toda geração me acha. -------------(Lc 1,48) e bendito é o do meu ventre igualmente e isso basta.
- O “crente” engoliu dizendo: te chamam de “Mãe de Deus”, como podes ser mãe dele se antes de tu nasceu? Ela disse: mãe da carne do Deus que na cruz morreu... -------(Mc 14,61)
... O Messias é eterno, é espírito como Deus, não tem começo nem fim, mas cá entre nós nasceu, fez-se homem pra salvar-nos.--------(Col 1,15) e pra ser mãe, me escolheu.
- O “crente” atordoado bem diante de Maria, viu cair os seus ataques não sabia o que fazia e Jesus se aproximando encheu a mãe de alegria.
Ela disse: onde fostes? De ti me desencontrei. Jesus respondeu à mãe: na Igreja eu entrei, tá fazendo dois milênios que a mesma eu fundei.
- O “crente” se intrometeu, e gritou: foi lá na minha??? Jesus respondeu: não fui, a tua é bem novinha, tem letreiro na fachada parecendo uma lojinha...
... Se eu for lá com esse cabelo sou capaz de ser linchado, lá não tem Eucaristia, ---------(1Cor 11, 28-29) se ajuntam em pecado, --------(1Cor 11,34) lá vão barrar minha mãe, e o “Pai Nosso” é vetado...
... Eu nunca vesti na vida o teu paletó lascado, tua bíblia falta livros, tem 66 contados e a minha 73, pois 7 e 3 são sagrados... ---(Ap 3,1), (Mt 28,19)
... Basta ver nas Escrituras que 7 e 3 são de Deus. 6 é número de homem ------(criado no 6º dia) e esse é o caso teu, que me troca por Lutero um 6 letras que morreu. -----(morreu em 1546)
... A Igreja sobre Pedro é a única que fundei, -----------(Mt,16,17-19) tem ovelhas e não bodes, ------(Mt 25,32-41) placa nela não botei, senão botava em tudo que junto a Deus Pai criei.
- O “crente” vendo a desgraça em que andou mergulhado, disse: já rasguei a bíblia, o terno já foi tirado. hoje vou a uma Missa e confesso meus pecados.
- Jesus disse: fazes bem. Com minha mãe subirei. A serpente que a insultar a cabeça ferirei ----------------( Gên 3,15) e com os pés dos romanos piso Satanás de vez. ----------(Rm 16,20)
Comemoração do nascimento de São João Batista para o Ofício Parvo. Lembro que ela é opcional e que, além do dia designado, os devotos do Precursor podem rezá-la quando acharem conveniente.
24 de junho Nascimento de São João Batista
Nas Laudes.
Ant. Apértum est * os Zacharíae, et prophetávit dicens: Benedíctus Deus Israël.
V. Iste puer magnus coram Dómino.
R. Nam et manus ejus cum ipso est.
Orémus.
Deus, qui praeséntem diem honorábilem nobis in beáti Joánnis nativitáte fecísti: da pópulis tuis spirituálium grátiam gaudiórum; et ómnium fidélium mentes dírige in viam salútis aetérne.
R. Amen.
Nas Vésperas.
Ant. Puer qui natus est nobis, plus quam prophéta est: hic est enim, de quo Salvátor ait: Inter natos mulíerum non surréxit major Joánne Baptísta.
Ant. Abriu-se a boca de Zacarias, e profetizou, dizendo: Bendito o Deus de Israel.
V. Este menino é grande na presença do Senhor.
R. Porque está com ele a sua mão.
Oremos.
Ó Deus, que nos haveis feito este dia pelo nascimento de São João Batista: conceda ao vosso povo a graça dos espirituais prazeres e dirigi as almas de todos os vossos fiéis pelo caminho da salvação eterna.
R. Amém.
Ant. O menino que nos nasceu é mais que profeta, porque este é o de quem disse o Salvador: Entre nascidos das mulheres, não se levantou maior que João Batista.
Os leitores fieis sabem que sempre defendi o Ofício Parvo de Nossa Senhora como a melhor opção de Ofício Divino para os leigos e mesmo para certos religiosos de vida ativa. Não é a toa que criei uma página sobre o assunto, onde reúno o material que já publiquei sobre o tema, e folgo em saber que ela serviu para muitos conhecessem essa forma de oração litúrgica que ficou enterrada após o desastre conciliar.
Infelizmente, as edições físicas a venda no Brasil pecavam por uma certa falta de esmero; o relançamento do Horas Marianas pelo Diogo do Controvérsia Católica pareceu suprir essa lacuna, mas problemas na concretização da publicação e na logística de seu envio arrefeceram essa impressão. Além disso, embora cada uma delas tenha certos recursos positivos, nenhuma apresenta um equilíbrio entre as possibilidades existentes; por exemplo, enquanto a edição do Mosteiro da Santa Cruz me parece melhor para o neófito na organização do texto, já que os ofícios I, II e III são apresentados na sua integralidade, tirando a necessidade de muitas idas e vindas no livro, a do Horas Marianas resgata as comemorações opcionais de modo único, mas peca na organização.
Por isso incentivei e participei da construção de uma nova edição, que reúne o que há de melhor nas outras, e que traz uma grande novidade (que nenhuma outra edição comercial publicada no mundo tem): a notação gregoriana necessária para o canto do Ofício Parvo. Além disso, ela segue as rubricas de São Pio X, mas em anexo tem o necessário para quem quiser rezar o ofício seguindo o esquema legado por Trento.
Comemoração de São José para o Ofício Parvo. Lembro que ela é opcional e que, além do dia designado, os devotos do glorioso Patriarca podem rezá-la quando acharem conveniente.
19 de março São José, esposo de Nossa Senhora, Confessor
Nas Laudes.
Ant. Ipse Jesus erat incípiens quasi annórum tríginta, ut putabátur, filuis Joseph.
V. Os justi meditábitur sapiéntiam.
R. Et língua ejus loquétur judicium.
Orémus.
Sactíssime Genetrícis tuae spónsi, quáesumus, Dómine, méritis adjuvémur; ut quod possibílitas nostra non óbtinet, ejus nobis intercessióne donétur. Qui vivis et regnas cum Deo Patre, in unitáte Spíritus Sancti, Deus, per ómnia sáecula saeculorum.
R. Amen.
Nas Vésperas.
Ant. Ecce fidélis servus et prudens, quem constítuit Dóminus super famíliam suam.
V. Glória et divítiae in domo ejus.
R. Et justítia ejus manet in sáeculum sáeculi.
A oração como nas Laudes.
Ant. Principiava o mesmo Jesus a entrar na idade de quase trinta anos, e era reputado por filho de José.
V. Meditava na sabedoria a boca do justo.
R. Na sua língua proferia o juízo.
Oremos.
Senhor, nós vos rogamos que sejamos ajudados com os merecimentos do esposo de vossa Mãe Santíssima, para que por sua intercessão nos haja de ser concedido o que a nossa possibilidade não alcança. Vós que viveis e renais com Deus Pai, em unidade de Deus Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
R. Amém.
Ant. Eis o fiel e prudente servo, ao qual constitui o Senhor sobre a sua família.
V. A glória e as riquezas estão na tua casa.
R. E permanece a sua justiça pelos séculos dos séculos.
O Ofício Parvo possui uma Comemoração Geral dos Santos nas Laudes e nas Vésperas, que consolida uma história longa de comemorações específicas, e que é obrigatória. Junto a ela, ao longo dos séculos, muitas almas devotas acharam por bem reconhecer e pedir a intercessão dos que concretizaram o Evangelho nas circunstâncias de suas vidas; desse modo, surgiram Comemorações Comuns, Comemorações Particulares e aquilo que chamo de Comemorações Especiais. Todas essas últimas são opcionais, a não ser no caso de alguém estar submetido a uma regra específica que exija certa devoção.
Para apresentar esse tesouro aos leitores, vou publicar uma série de postagens: uma sobre a história da Comemoração Geral dos Santos e outras com o texto de algumas comemorações (isso é utilíssimo frente ao fato de que a maior parte das edições das Horas de Nossa Senhora, nacionais ou estrangeiras, não trazem comemorações). Esses posts não seguirão uma ordem preestabelecida, mas serão ordenados na página sobre o Ofício Parvo.
Os textos das comemorações serão retirados do Devocionário Horas Marianas (edições de 1885 e 2023), que é uma publicação lusitana do Ofício Parvo, e contam com a aprovação eclesiástica do Bispo-Conde de Coimbra, D. Manuel Correia de Bastos Pina, ou da clássica edição da Vozes do Ofício de Nossa Senhora.