Ano: 2025
Em 2013 escrevi um pequeno texto, com algumas informações veladas, tratando da história da retomada das celebrações no rito romano tradicional em Recife até 2012. De lá para cá muita coisa ocorreu: mudamos de igreja, passamos pela pandemia, tivemos a ajuda de novos padres, o número dos fiéis cresceu muito, Roma se tornou hostil, etc, de modo que uma novo registro se fazia necessário. Felizmente participei de uma entrevista para o canal Cadeira do Coroné onde isso se cumpriu e agora compartilho ela com os leitores deste site:
A natureza de Deus
Do espiritismo à fé católica

Os mortos são pó, nós também somos pó: em que nos distinguimos uns dos outros? Distinguimo-nos os vivos dos mortos, assim como se distingue o pó do pó. Os vivos são pó levantado, os mortos são pó caído: os vivos são pó que anda, os mortos são pó que jaz: Hic jacet. Estão essas praças no verão cobertas de pó: dá um pé-de-vento: levanta-se o pó no ar, e que faz? O que fazem os vivos, e muitos vivos. Não aquieta o pó, nem pode estar quedo: anda, corre, voa: entra por esta rua, sai por aquela: já vai adiante, já torna atrás; tudo enche, tudo cobre, tudo envolve, tudo perturba, tudo cega, tudo penetra, em tudo, e por tudo se mete, sem aquietar, nem sossegar um momento, enquanto o vento dura. Acalmou o vento, cai o pó, e onde o vento parou, ali fica: ou dentro de casa, ou na rua, ou em cima de um telhado, ou no mar, ou no rio, ou no monte, ou na campanha. Não é assim? Assim é. E que pó, e que vento é este? O pó somos nós: Quia pulvis es: o vento é a nossa vida: Quia ventus es vita mea (Jó 7, 7). Deu o vento, levantou-se o pó: parou o vento, caiu. Deu o vento; eis o pó levantado: esses são os vivos. Parou o vento; eis o pó caído: estes são os mortos. Os vivos pó, os mortos pó: os vivos pó levantado, os mortos pó caído: os vivos pó com vento, e por isso vãos; os mortos pó sem vento, e por isso sem vaidade. Esta é a distinção, e não há outra.
– Padre Antônio Vieira (Sermão da Quarta-feira de Cinzas)
Pensando sobre o Ofício Divino
Tradução e adaptação de um texto do blog Athanasius Contra Mundum:
Em outras ocasiões escrevi sobre o Breviário, mas quero ir em uma direção diferente sem me repetir muito.
Como se pode imaginar, não gosto da Liturgia das Horas de forma alguma. Simplesmente não consigo vê-la como uma expressão de oração semelhante ao que sempre foi adotado pela Igreja, no Oriente e no Ocidente, desde os tempos mais antigos. Ela é modelada a partir do Breviário de Quiñones, que tinha 3 salmos para cada ofício, e foi suprimido porque tornava a oração da Igreja muito curta e organizava os salmos sem levar em conta seu lugar histórico ou sua conexão com período do dia. A Enciclopédia Católica de 1911, com base no consenso do julgamento litúrgico, disse a respeito de Quiñones: